Professora da UEPB integra projeto finalista do Prêmio Nature Mulheres Inspiradoras na Ciência
A professora Alessandra Gomes Brandão, que atua no curso de Física do Câmpus VIII da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), localizado na cidade de Araruna, é finalista do Prêmio Nature Mulheres Inspiradoras na Ciência. Ela é uma das integrantes do projeto “Parents in Science” que está entre os cinco finalistas do Nature Research Awards for Inspiring Women in Science – Prêmio Mulheres Inspiradoras na Ciência, da prestigiada revista científica Nature.
“Parent in Science” foi o único projeto selecionado na América Latina. O Prêmio Mulheres Inspiradoras na Ciência é concedido anualmente em parceria com a empresa de cosméticos Estée Lauder. Lançado em 2018, o Nature Research Awards for Inspiring Science and Innovating Science reconhece pesquisadoras e organizações que defendem o avanço da igualdade de gênero na comunidade científica.
“Essas pesquisadoras tinham a experiência do impacto da maternidade em seus trabalhos, mas faltavam números para mostrar isso em larga escala. Então, começaram a pesquisar sobre o tema e demonstraram cientificamente que a maternidade causa mais impactos na carreira das mulheres cientistas do que na dos homens”, explicou a professora Alessandra Brandão.
O Núcleo Central foi formado por 19 mulheres, incluindo a docente da UEPB, que conheceu o projeto ao ser convidada para uma mesa-redonda de pesquisadoras com filhos com necessidades especiais para relatar suas experiências. Em 2020, o grupo se expandiu e atualmente são 90 cientistas, mães e pais de 53 diferentes instituições brasileiras, dedicando seu tempo para promover mudanças sistêmicas nas instituições de ensino, agências de fomento e outras organizações públicas. O grupo é responsável pelo desenvolvimento de políticas de apoio às mães cientistas que vêm sendo implementadas no Brasil.
“O grupo começou promovendo pesquisa, depois debates e passou de debater políticas a fazer política. Conquistas como inclusão da menção de maternidade no currículo Lattes e editais com fator de impacto distinto para mães cientistas são exemplo. Não conseguimos este último na Paraíba, mas há exemplos no país”, relata a docente.
O projeto lançou recentemente o programa de incentivo “Amanhã”, que auxiliou alunas de pós-graduação do país a concluírem seus projetos com bolsas de pesquisa. O programa foi lançado para apoiar mães pesquisadoras que não possuíam ou perderam suas bolsas e ficaram sem nenhuma renda por causa da pandemia. Este seria uma das ações beneficiadas pelo prêmio da Nature, que é de U$ 40 mil. Os projetos finalistas foram divulgados neste mês de setembro e o resultado será anunciado em outubro.
Fundado em 2016, por Fernanda Staniscuaski, pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o “Parent in Science” foi criado para dar apoio às mães que enfrentam barreiras enquanto mulheres na ciência e para promover mudanças institucionais a fim de garantir que elas não precisem escolher entre a maternidade e a carreira científica. Originalmente, surgiu como grupo de pesquisa na UFRGS, formado por sete cientistas que procuraram traduzir em números o impacto causado pela maternidade nas mulheres pesquisadoras.
Os finalistas ao Prêmio Mulheres Inspiradoras na Ciência podem ser conferidos em https://www.nature.com/collections/jcpghfmqlz/shortlist. Para conhecer mais sobre o “Parent in Science”, os interessados podem acessar o site: www.parentinscience.com e o perfil @parentinscience nas redes sociais.
Por: Juliana Rosas da UEPB
Foto: Arquivo Pessoal (Tiradas antes da pandemia)
Nenhum comentário