Réu no STF, Jucá diz que estão 'tentando criminalizar a política'
O líder do
governo do Senado, Romero Jucá (MDB-RR), rebateu, nesta terça-feira, 13, a
decisão do Supremo Tribunal Federal de torná-lo réu no âmbito das investigações
relativas a Odebrecht. Ao explicar que está tranquilo quanto ao andamento do
processo, Jucá disse que estão "tentando criminalizar a política".
"O que
está se tentando fazer é criminalização da política. Isso foi uma doação
oficial, que foi feita a centenas de pessoas, portanto, não há nenhum tipo de
doação estapafúrdia ou sem limite de 150 mil reais. Não é nenhum valor que
pudesse configurar nenhum tipo de vantagem ilícita", disse.
Questionado
se considerava um demérito ser considerado réu no Supremo, ele respondeu
negativamente. "Não, porque os juízes todos disseram textualmente que não
estavam entrando no mérito da questão. Fizeram questão de dizer isso. Estavam
discutindo a questão processual. Agora, quando for discutido o mérito, eu estou
tranquilo. Vai ser provado que isso foi doação oficial, sem nenhum tipo de
contrapartida", afirmou.
O líder
governista evitou atacar os membros do STF. Ele responsabilizou principalmente
o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot pela denúncia que acaba de
ganhar andamento no STF.
"Os
excessos devem ser discutidos e tratados pela Justiça. Na verdade, o excesso
nesse caso foi cometido pelo Rodrigo Janot, que fez uma denúncia inepta e
irresponsável. Agora ao receber a denúncia os ministros do Supremo entenderam
que era preciso instruir essa denúncia, portanto os ministros agiram de acordo
com a norma técnica do STF. Eu não tenho nenhum comentário a fazer sobre a postura
de qualquer ministro, acho que eles estão se resguardando e dando andamento
técnico aos procedimentos e na instrução do processo nos vamos provar qual é a
verdade", disse. Para Jucá, apesar da condição agora de réu, não há motivo
para ele deixar seu posto de líder do governo no Senado.
O emedebista
foi questionado ainda sobre outra recente decisão do Supremo, que pediu a
quebra de sigilo bancário do presidente Michel Temer. Jucá relacionou a medida
às movimentações do presidente em torno de uma possível candidatura à
reeleição.
"Sempre
há uma desconfiança de que há algum fato em cima dessa movimentação política.
Por coincidência, toda vez que ele faz uma movimentação política acontece esse
tipo de coisa. Eu não quero aqui fazer nenhum tipo de ilação, mas por
coincidência isso ocorreu. Ele já está exposto por ser presidente da República,
sabe o que vai sofrer", afirmou.
Fonte:
Estadão
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