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Gilson Machado assume Ministério do Turismo com discurso antilockdown


O ex-presidente da Embratur Gilson Machado tomou posse no cargo de ministro do Turismo nesta 5ª feira (17.dez.2020). Ele participou de cerimônia no Palácio do Planalto, da qual participou o presidente Jair Bolsonaro, a primeira-dama Michelle Bolsonaro, congressistas e membros do alto escalão do governo.

Em discurso direcionado a empresários e com diversos elogios ao presidente Jair Bolsonaro, Gilson disse que é “empregado do trade”, isso é, daqueles que negociam no setor do turismo. “Sou empregado do trade, sou empregado do pessoal que gera emprego e renda”, disse.

Machado defendeu que a atividade econômica continue sem interferência dos governantes locais e rechaçou a possibilidade de novas medidas de restrição devido à pandemia de covid-19. “O trade não aguenta uma decretação de 2º lockdown, nosso país foi exemplo na América Latina em manutenção de empregos”. O novo ministro disse que tem apelado a governadores e prefeitos para manterem a atividade turística em funcionamento.

O ex-ministro, Marcelo Álvaro Antônio, esteve na posse de seu substituto. Afirmou que continuará apoiando o presidente no Congresso Nacional. Disse que, durante sua gestão, a pasta alcançou recordes. “Seguindo a orientação que o senhor [Bolsonaro] nos deu, sempre com a preocupação em não desassociar a vida dos empregos e das empresas, o Ministério do Turismo em 2020 bateu o recorde em investimento de infraestrutura”, afirmou Álvaro Antônio.

SAÍDA DE ÁLVARO ANTÔNIO

Machado assumiu a pasta do Turismo no lugar de Marcelo Álvaro Antônio, o 12º ministro demitido do governo Bolsonaro. Álvaro recebeu cartão vermelho do presidente Jair Bolsonaro depois de enviar mensagem em um grupo de WhatsApp no qual estão ministros do governo Bolsonaro.

Na mensagem de texto, o ex-ministro trocou farpas com Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). Disse que o general atacava conservadores e afirmou que Ramos se movimentava para “pedir sua cabeça” e entregar o cargo ao Centrão, grupo de congressistas sem posicionamento ideológico definido. Bolsonaro não teria gostado do que leu.

QUEM É GILSON MACHADO

Machado é empresário do setor de turismo e estava à frente da Secretaria Nacional de Ecoturismo, ligada ao Ministério do Meio Ambiente, antes de assumir a Embratur. Também trabalhou no governo de transição de Bolsonaro, depois da eleição presidencial, no fim de 2018.

Em artigo publicado no Poder360 em 31 de julho, Machado usa as palavras “o turismo, o sanfoneiro e o orgulho de ser brasileiro” para se definir. “Sou pernambucano, por isso me aproximei da sanfona e da praia, tornando-me um sanfoneiro e empresário do setor do turismo“, diz no texto. Afirma que uma de suas missões é defender as raízes culturais brasileiras. “Falar mal do Brasil e diminuir nosso país e nossas raízes culturais é algo que não entendo e que trabalharei para que deixe de ser uma mania de alguns. É uma missão difícil, mas que exerço com amor“.

Machado também é autor de declarações polêmicas. Ele criticou a peça “O Evangelho segundo Jesus, Rainha dos Céus”, em que Cristo é interpretado como uma mulher transexual. Classificou como “canalhice” o fato de a encenação ter sido financiada com dinheiro público em Pernambuco.

O novo ministro também disse não ter “nada contra quem usa seu orifício rugoso infra-lombar para fazer sexo”, mas que é “abominável querer impor sua sexualidade perante à grande maioria de cristãos brasileiros”. De acordo com Machado, um jornalista teria afirmado que Jesus era gay.

O indicado de Bolsonaro para a pasta do Turismo é presença frequente nas transmissões do presidente em suas páginas oficiais nas redes sociais. Nas “lives presidenciais”, antes das eleições municipais, pediu votos para candidatos que apoiava em Pernambuco, sua terra natal, em pelo menos duas. Já tocou sanfona em uma delas.

Em outra oportunidade, Gilson apresenta, enquanto presidente da Embratur, as qualidades turísticas do Brasil aos australianos. Em gravação feita na língua inglesa, convida australianos para conhecerem o país. O vídeo gerou piadas, devido ao sotaque confuso e aos erros de pronúncia do idioma estrangeiro.


Por: Murilo Fagundes

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