Personalidade Negra: Livro que conta a história de Lia de Itamaracá será lançado neste sábado
Os apaixonados e curiosos pela cultura da ciranda poderão conhecer a história da cirandeira Lia de Itamaracá, 75 anos, em um livro reportagem que será lançado no próximo sábado (13), penúltimo dia da Fenearte, que homenageia o gênero nesta edição.
O evento acontece no Salão Janete Costa, a partir das 17h, com sessão de autógrafos do autor, o jornalista pernambucano Marcelo Henrique Andrade, e da homenageada. Toda a arrecadação com as vendas será revertida para a reconstrução do Centro Cultural Estrela de Lia, na Ilha de Itamaracá.
O perfil traçado pelo jornalista rendeu um material de 136 páginas, resultado de 30 meses de uma pesquisa de mestrado em jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
“É um trabalho literário composto de fragmentos reais. É uma espécie de grande reportagem dividida em capítulos. Ao lado de Lia, selecionei os momentos mais marcantes e impactantes da vida e da carreira dela”, explica Marcelo Henrique.
A obra reúne depoimentos da cirandeira, de familiares e artistas pernambucanos, que relembram o começo da carreira de Lia, ainda na década de 1970, quando lançou o primeiro LP.
Os depoimentos adentram a vida íntima de Maria Madalena Correia do Nascimento, nome de batismo da cantora. Entre as páginas, o leitor descobrirá a relação de Lia com a filha adotiva (Chica) o romance com o marido (Toinho) e até um relato de como foi no dia em que a casa dela foi incendiada.
Em um dos capítulos, o autor aborda a polêmica em torno da música “Essa ciranda quem me deu foi Lia”, do cirandeiro Antônio Baracho, outro homenageado desta edição da Fenearte. A obra também reúne diversas fotografias de Ytallo Barreto e de fotógrafos parceiros, que registraram a trajetória da Rainha da Ciranda ao longo de mais de 60 anos de carreira.
Vida e arte de Lia de Itamaracá celebradas em novo livro
Lia de Itamaracá, a Rainha da Ciranda, terá sua história eternizada em palavras e imagens. Fases dos 75 anos da artista, incluindo seu trabalho como merendeira em uma escola de Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, o casamento com o músico Toinho, a difícil relação com o poder público e a luta para manter um trabalho voltado para a cultura popular, por exemplo, estarão presentes no livro Lia de Itamaracá: 75 anos cirandando com resistência, sorrisos e simplicidade. A obra será lançada neste sábado (13), a partir das 17h30, no Espaço Sinspire, no Bairro do Recife.
O livro reúne textos extraídos do livro-reportagem “O mito, a mulher, a ciranda”, do jornalista pernambucano Marcelo Henrique Andrade. Ele, que também da Ilha de Itamaracá, pesquisou o universo de Lia durante 30 meses, além de ter conversado com amigos e familiares da artista.
Em 80 páginas, a obra traz imagens históricas e atuais de Lia. As mais recentes são de autoria dos fotógrafos Alfeu Tavares, Ana Araújo, André Coelho, Gaby Cerqueira, Hannah Carvalho, Henrique Lima, José de Holanda, Emiliano Dantas, Pedro Rampazzo, Roberto Cuíca, Rogério Reis e Ytallo Barreto.
Já a curadoria da obra foi de responsabilidade de Maria Luciana Nunes, criadora do Sinspire Hub, com apoio da Jeep, que incentivou o material comemorativo. Estarão presentes no lançamento do livro, além de Lia de Itamaracá, a curadora, o autor do livro e os fotógrafos. Haverá uma ciranda com Lia e um tributo com Daúde, Mestre Galo Preto, Mestra Joana Cavalcante, Karynna Spinelli, Romero Ferro, Nego Henrique, Claudionor e Nonô Germano, André Rio, Nádia Maia, Ed Carlos, Roger e a Rural, entre outros.
A ocasião também contará com o lançamento de uma exposição do fotógrafo Alfeu Tavares, que ficará aberta ao público até março e contará com objetos pessoais da cirandeira, vestidos usados em shows e fotografias familiares, por exemplo. Outra atração da mostra serão sessões de cinema com curtas que contam a história da Negra Cirandeira, entre 10h30 e 11h e entre 16h e 18h, até o fim da exposição.
O acesso à exposição e aos shows custa R$ 15 e, com o livro, R$ 70. O dinheiro arrecadado com a bilheteria e com a venda do livro será revertido para as ações sociais e culturais do Centro Cultural Estrela de Lia, que fica na Praia de Jaguaribe, na Ilha de Itamaracá.
Aniversário em Itamaracá
O aniversário de Lia de Itamaracá, comemorado neste sábado (13), contará com uma programação especial no Centro Cultural Estrela Lia. A partir das 16h deste sábado haverá um cortejo com o Boneco de Lia, o Homem da Meia Noite e o Galo da Madrugada e shows de Dona Glorinha, Caboclo Mestiço, Banda Bantus, Viola Luz, Vitor Trindade, Cassino Tropical, Lucas dos Prazeres, DJ dos Dolores com participação de Daúde, DJ PAX e DJ LIUKEE.
Na manhã do domingo, a programação começa às 7h, com Academia Dance, palestra sobre robótica e meio ambiente, entre outras atividades. A última atração, o concurso Miss Terceira Idade Itamaracá 2018, começa às 16h.
Trajetória
Maria Madalena Correia do Nascimento começou a participar de rodas de ciranda aos 12 anos. Dos 21 irmãos, foi a única a se dedicar à música. Ela começou a ficar conhecida como Lia de Itamaracá em 1960, depois da repercussão dos versos “Esta ciranda quem me deu foi Lia/ que mora na ilha de Itamaracá”, da compositora popular Teca Calazans.
Lia gravou seu primeiro disco, A rainha da ciranda, em 1977, pelo qual não obteve lucro. Ela foi redescoberta mais de duas décadas depois, quando o produtor musical Beto Hees a levou para participar do festival Abril pro Rock, em 1998, a partir de quando ela passou a ser conhecida nacionalmente. Em 2000, Lia lançou o CD Eu sou Lia, que chegou a ser distribuído até na França. Ela também já fez turnês internacionais.
Fonte: OP9
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