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Os guetos sociais: Conjuntos habitacionais, Duas Estradas e Serra da Raiz



Sem dúvida as politicas de moradia se estabelecem como um respeito à constituição, é um direito comum a todos terem moradia. No entanto, em se tratando dos conjuntos Antônio Mariz em Serra da Raiz, e dos conjuntos Cidade Alta, e Maria Salete em Duas Estradas, se estabelecem como verdadeiros guetos sociais, as cidades estão situadas na Região Nordeste do País, no Estado da Paraíba, Região do Agreste do Estado. Onde a miséria, e a falta de promoção social são desesperadoras, onde as politicas são higienistas, pois mantém os mais pobres afastados, e também de promoção da miséria social.

De acordo com o IBGE – 2010 – a cidade de Duas Estradas, tem população estimada em 3.640 habitantes. A cidade de Serra da Raiz, de acordo com o IBGE – 2006 – tem sua população estimada em 3.239 habitantes. O que ambas as cidades tem em comum, para além de sua localização geográfica, ambas situadas na mesma região – Agreste -  é a presença de Conjuntos Habitacionais, mais que isso, uma outra peculiaridade desses espaços, é a presença de comunidades empobrecidas para além dos limites do Centro da Cidade.

Em uma visita rápida as comunidades que vivem nos Conjuntos Habitacionais, fica clara a necessidade de um trabalho social nesses espaços, que constitui a moradia de uma parte significativa de trabalhadores dos mais diversos setores – dentro das limitações interioranas que lhes são impostas no âmbito da ausência de uma politica de emprego e renda – de ambos os municípios. As permanências desses espaços estão ligadas a diversos fatores, um destes é uma politica higienista, que busca afastar dos centros de ambas as cidades os menos ricos (pouco abastados), os colocando a própria sorte, fora dos limites do centro.

Esse centro deixa de ser simbólico, e torna-se também uma realidade no que se referem às politicas públicas efetivas, que sorteiam empregos e renda, a quem bem entende ser necessário para a permanência das alianças politicas. Diante destes cenários ambos, os municípios, fazem a distribuição de cestas básicas, no entanto tal esforço traz como resultado a permanência de um sistema, que ao invés de ser efetivo no sentido de trazer a solução, traz cada vez mais dependência, e miséria. A fome é urgente, quem tem fome não pode esperar. Mas devemos pensar na educação como peça fundamental de transformação, e para tanto deveriam buscar levar a tais comunidades cursos profissionalizantes, e um programa efetivo de ingresso no mercado de trabalho, observa-se, portanto, que o que falta mesmo é vontade por parte do poder público.

As cestas básicas se estabelecem como moeda de troca, para angariarem votos em novas campanhas eleitorais. Os cursos e promoção da educação, e um verdadeiro programa de encaminhamento ao mercado de trabalho, seria uma chave de liberdade das correntes que aprisionam ‘’ os novos escravos contemporâneos ‘’, vitimas da fome e da miséria, que não a toa é promovida nesses dois municípios. Essas deficiências dão espaço a novos discursos, que não se concretizam, mas que em muitas oportunidades tornam-se uma vez mais utópicos, seja do lugar social do homem comum, seja do lugar ou espaço politico, que frequentemente e, sobretudo nesse novo cenário politico Brasileiro, apresentam possíveis heróis. Um novo capitão na Serra, mas um falso messias, um novo fascista.



Por: J. P. Ferreira


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