PGR recorre da decisão que concedeu habeas corpus a José Dirceu
Nesta semana, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
recorreu da decisão que concedeu habeas corpus ao ex-ministro petista José
Dirceu.
O político que foi condenado em segunda instância a mais de
30 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e
participação em organização criminosa estava preso em Brasília, mas teve um
habeas corpus concedido recentemente e está em casa.
A suspensão da pena foi determinada por grande parte dos
ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com
Raquel Dodge, porém, esse julgamento desrespeitou as regras processuais.
Afinal, a origem do pedido analisado pelos ministros não foi um habeas corpus
e, sim, uma petição.
A PGR também sustenta que houve omissão quanto ao
contraditório e ao respeito ao devido processo legal, uma vez que o Ministério
Público não foi intimado para se manifestar sobre a pretensão. Segundo Raquel
Dogde, na prática, o MPF foi surpreendido pela decisão, sem que tivesse tido
qualquer oportunidade de defender sua posição, com violação do devido processo
legal.
No documento, Raquel Dodge também contesta as alegações
contidas na reclamação apresentada por José Dirceu. A avaliação é de que a
peça, de apenas oito páginas, possui elementos frágeis, como a argumentação de
que o crime de corrupção passiva estaria prescrito.
Reportagem: Cintia Moreira
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