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Gilmar dá mais 60 dias para PF investigar Aécio e Anastasia



Jornal GGN - O ministro Gilmar Mendes concedeu mais 60 dias para a Polícia Federal levantar provas e indícios contra os tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia, nas acusações das delações de executivos da Odebrecht.

O primeiro pedido havia sido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda em fevereiro deste ano. Na ocasião, a procuradora-geral Raquel Dodge havia pedido o aumento de tempo para concluir cinco investigações contra Aécio.

Relacionados até então a quatro inquéritos com base nas acusações de depoimentos da Odebrecht e também do acordo de colaboração da JBS, a procuradora pediu para coletar provas relacionadas a reuniões e entregas de repasses ilícitos, apreensões em residências e empresas, além de ouvir testemunhas.

Pouco a pouco, a PF vai levantando indícios contra o senador tucano. Relator dos processos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, está concedendo o tempo solicitado pelos investigadores, sem julgar qualquer tipo de mérito das apurações, o que deve ocorrer apenas após a apresentação de denúncias.

Uma das investigações, que diz respeito a participação de Aécio na maquiagem de dados sobre o Banco Rural para esconder a existência do mensalão tucano durante a CPI dos Correios, foi estendida por Gilmar.

Mas agora, a PF e a PGR querem mais tempo para analisar o recebimento de vantagens indevidas durante a campanha de outro senador, Antonio Anastasia (PSDB-MG), para o governo de Minas Gerais, em 2010. Tanto Anastasia, quanto Aécio e outros dois investigados teriam recebidos repasses ilegais para financiar a campanha do tucano. E quem teria comandado os pedidos seria Aécio Neves.

A PF pediu os 60 dias para, entre outras medidas, ouvir o depoimento do ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Oswaldo Borges da Costa, que também teria recebido montantes ilícitos.

Os investigadores também querem analisar dados dos sistemas de comunicação e contabilidade Drousys e My Web Day, que armazenariam os registros dos repasses ilegais da construtora Odebrecht.

Já a PGR pediu para que os delegados também recolhessem os registros de entrada na Codemig do ex-diretor da Odebrecht em Minas, Sérgio Luiz Neves. De acordo com a empreiteira, não haveria registros nos sistemas, porque supostamente o controle de entradas na empresa seria feito de forma manual.

"Defiro a prorrogação do prazo para a conclusão das investigações, por sessenta dias, para realizar as inquirições pendentes e para análise e eventual perícia em dados dos sistemas utilizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht", determinou Gilmar.


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