Caminhoneiros fecham acordo com governo e suspendem greve por 15 dias
Em pronuciamento na noite desta quinta-feira (24), o
ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou um acordo do governo
federal com os caminhoneiros, que estavam em greve desde o início da semana.
Segundo Padilha, foi assinado um acordo, que terá validade de 15 dias, para que
os motoristas retomem as atividades. "A família brasileira depende do
transporte rodoviário. Pedimos aos caminhoneiros que voltem a circular. O Brasil
precisa de vocês", disse Padilha.
Segundo o presidente Michel Temer, em pronunciamento durante
a solenidade comemorativa do Dia da Indústria 2018, em Belo Horizonte, um dos
principais pontos do acordo é a redução do PIS/Cofins. No entanto, segundo o
presidente, mesmo que haja a redução, a incidência maior do tributo sobre o
diesel é estadual, ou seja, proveniente do ICMS. "Espero que até amanhã
esta questão esteja solucionada", completou o presidente.
A greve dos motoristas de caminhões chegou ao quarto dia
hoje, antes de o governo anunciar o acordo. Brasileiros enfrentam, até então,
uma crise geral no abastecimento. O cenário inclui bombas zeradas nos postos de
gasolina, linhas de ônibus reduzidas, ameaças de cancelamento de voos por falta
de combustível, escassaz em supermercados e, até, restrições nos cardápios de
lanchonetes.
Os prejuízos são percebidos, principalmente, nos setores de
transportes e de alimentação. Na quarta-feira (23), consumidores de ao menos 10
estados sentiram falta de itens perecíveis, como frutas, legumes e verduras,
segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Em Brasília, os problemas chegaram até redes de fast food. O
McDonald’s do Sudoeste, por exemplo, não estava vendendo Big Mac porque o
caminhão não havia chegado com o carregamento. Segundo um atendente, várias
lojas da rede estavam com o mesmo problema.
O desabastecimento de gás também virou uma realidade na
capital. O Sindicato das Empresas Transportadoras e Revendedoras de Gás LP do
Distrito Federal (Sindivargas) emitiu um alerta de desabastecimento do
combustível na capital.
As dificuldades de encontrar combustíveis para os carros,
contudo, foi uma dos maiores reflexos da crise para os brasilienses. De acordo
com o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Distrito Federal
(Sindicombustíveis), mais de 60% dos postos do DF estavam sem gasolina na tarde
desta quinta-feira (24). Os que ainda tinham o combustível em estoque chegavam
a vender o litro por até R$ 9,99. O Instutito de Defesa do Consumidor
(Procon-DF) multou ao menos três postos pela cobrança abusiva.
A greve dos caminhoneiros começou na última segunda-feira
(21). Em protesto contra o alto preço do óleo diesel, os trabalhadores
realizaram bloqueios em centenas de pontos de estradas de todo o país,
impedindo a passagem de outros caminhões.
Fonte: Correio Braziliense
Nenhum comentário