AGU aciona STF para que greve dos caminhoneiros seja declarada ilegal
Advocacia-geral da União (AGU) acionou o Supremo Tribunal
Federal (STF) nesta sexta-feira (25) para que a greve dos caminhoneiros seja
declarada ilegal. A paralisação chega ao quinto dia, mesmo após um acordo
assinado entre governo e representantes da categoria na noite desta
quinta-feira (24).
A AGU também pede que seja autorizado o uso de força policial
na desobstrução das rodovias federais e estaduais em todo país – inclusive os
acostamentos.
Ao defender uma decisão liminar (urgente, mas provisória) o governo
afirma que bloqueio nas estradas “tem gerado quadro de verdadeiro caos” nas
cidades.
“Cumpre observar que a urgência da liminar postulada se
justifica na medida em que, como amplamente noticiado pelos meios de imprensa,
o bloqueio das rodovias federais e estaduais tem gerado quadro de verdadeiro
caos nos centros urbanos, em virtude da drástica redução dos estoques de
combustível e de gêneros de primeira necessidade […]”, afirma a AGU no pedido
ao STF.
Em pronunciamento no Palácio do Planalto nesta sexta-feira
(25), o presidente Michel Temer disse que acionou forças federais para
desbloquear as estradas.
O anúncio foi feito depois de reunião do presidente com
ministros para uma “avaliação de segurança” sobre a situação no país, já que a
greve dos caminhoneiros continuou.
Ação judicial
Desde o início da semana, a AGU ingressa com ações na Justiça
em todo país para obter a desobstrução de rodovias federais durante as
manifestações de caminhoneiros.
Até a manhã desta sexta-feira (25), havia 23 decisões
proibindo obstrução de rodovias federais nos estados do Ceará, Rio Grande do
Sul, Sergipe, São Paulo, Paraná, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte,
Goiás, Santa Catarina, Pernambuco, Paraíba, Rondônia, Distrito Federal e Rio
Grande do Sul.
Mesmo com a série de decisões judiciais obtidas contra a
greve o governo não conseguiu desobstruir as rodovias federais do país. A
Polícia Rodoviária Federal (PRF), responsável por cumprir as decisões obtidas
na Justiça pela Advocacia Geral da União (AGU), argumenta que só pode agir
quando há obstrução total das estradas – tática que tem sido evitada pelos
manifestantes.
Na ação (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental –
ADPF) direcionada nesta sexta ao Supremo, AGU informa que a União está
ingressando com ações na Justiça Federal, em instâncias inferiores, pedindo
liminares para a liberação de rodovias federais bloqueadas por conta da greve
dos caminhoneiros.
Segundo a AGU, as respostas da Justiça Federal a estes
pedidos têm sido divergentes. “Ocorre que, em resposta a tais demandas, o Poder
Judiciário vem proferindo decisões conflitantes a respeito da matéria, ora
deferindo as liminares para assegurar a imediata liberação do tráfego, com a
expedição de mandados de interdito proibitório e de reintegração de posse, de
modo que os manifestantes abstenham-se de promover o bloqueio total ou parcial
das rodovias e de promover atos que possam impedir o tráfego de veículos; ora
indeferindo os pleitos de urgência”, diz a AGU.
Por isso, a AGU solicita uma ação uniforme por parte do
Supremo Tribinal Federal. “Registre-se que a constatação da existência de ações
pulverizadas por toda a Justiça do País demanda, considerando as divergências
apontadas e que serão à frente detalhadas, uma atuação uniforme e rápida por essa
Suprema Corte, a fim de garantir segurança jurídica e sob pena de malferimento
dos preceitos fundamentais apontados nesta ADPF como parâmetro de controle, bem
como para possibilitar a o suprimento das necessidades mais básicas da
população brasileira”, pontua o documento enviado ao Supremo.
Fonte: G1
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