Moro manda PF apurar ‘aparente inclusão fraudulenta’ de nome de deputado do PSL em investigação no RJ
O
ministro Sérgio Moro determinou à Polícia Federal a apuração da
suspeita de que o nome do deputado Hélio Negão (PSL-RJ), próximo ao
presidente Jair Bolsonaro, tenha sido incluído de forma fraudulenta num
inquérito do Rio de Janeiro com objetivo de colocar o governo federal
contra a superintendência da corporação no estado.
A
superintendência do Rio esteve no centro de um embate entre a PF e
Bolsonaro no mês passado, quando o presidente anunciou que substituiria o
chefe do órgão, Ricardo Saadi, por problemas de produtividade.
No
mesmo dia, entretanto, a PF divulgou nota dizendo que a substituição
não tinha relação com a produtividade de Saadi, e anunciou que o posto
seria assumido por Carlos Henrique Oliveira Sousa, de Pernambuco.
No
dia seguinte, entretanto, Bolsonaro reagiu ao nome de Sousa e, ao dizer
que seria Alexandre Silva Saraiva, de Manaus, e afirmou que “quem manda
sou eu”.
As
declarações causaram mal-estar na PF e até a ameaça de entrega de
cargos. Bolsonaro, então, voltou atrás e disse que “tanto faz” quem
seria escolhido, mas depois ameaçou trocar o diretor-geral da Polícia
Federal, Maurício Valeixo – indicado por Sergio Moro, quem com trabalhou
durante anos na Operação Lava Jato.
A
exoneração de Saadi foi publicada no Diário Oficial da União em 30 de
agosto. A nomeação de Sousa, ainda não. Valeixo permanece no cargo, mas,
segundo o blog da Andréia Sadi, líderes de vários partidos alinhados a
Bolsonaro acreditam numa substituição no curto prazo.
Na
segunda-feira (9), o jornal “Folha de S.Paulo” informo que o nome do
deputado Hélio Negão, que desde a eleição aparece regularmente junto ao
presidente em eventos públicos, teria sido incluído em um inquérito que
trata de uma pessoa que usa o mesmo apelido do parlamentar, e que já
morreu.
Segundo o jornal, a avaliação da cúpula da PF é que a inclusão ocorreu para desgastar Saadi.
Por
conta da reportagem, o ministro da Justiça, Sergio Moro, determinou ao
diretor-geral da PF em Exercício, Disney Rossetti, que apurasse a
suposta inclusão do nome de Hélio Negão em um inquérito “com o aparente
intuito de manipular o Governo Federal contra a Superintendência da
Polícia Federal no Rio de Janeiro, determino a imediata apuração dos
fatos no âmbito administrativo e criminal, com a identificação dos
responsáveis.”
A TV Globo pediu um posicionamento à PF por e-mail às 6h, mas não obteve até as 8h.
Fonte: G1
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