Depressão: Paraíba já registra 121 suicídios em 2019
O número, já supera o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 190 casos ao longo dos 12 meses.
A Paraíba já registrou nos primeiros seis meses de 2019 cerca de 121
casos de suicídio, desses 16 foram registrados em João Pessoa, segundo
dados da Secretaria de Saúde do Estado. Em comparação ao ano
passado, esse número chega a ser maior, já que ao logo de doze meses
foram registrados 190 casos.
O órgão também registra as ocorrências de tentativas de suicídios e,
no mesmo período, foram contabilizados 496 casos das chamadas lesões
autoprovocadas intencionalmente, ou seja, aqueles casos em que existe
ameaça da pessoa querer tirar a própria vida.
Em entrevista ao Portal ClickPB, o secretário da Saúde da Paraíba,
Geraldo Medeiros, explicou que o suicídio é uma preocupação mundial e
que preocupa a todos. Ele reforça a importância de se atentar para a
gravidade do problema e lembra que, em países desenvolvidos como os
Estados Unidos, o suicídio do mata mais que o trânsito. “É preocupante
como esse aumento nos casos de suicídio está relacionado com o
desenvolvimento dos países, que quanto mais desenvolvidos, maiores são
os números de pessoas que se suicidam”, destacou.
Ele também lembrou que cresce o número de casos entre jovens, “os
jovens estão inconscientemente se isolando, pois deixam de viver e ter
convivência social por conta da tecnologia e das redes sociais. A
consequência disso, é que muitas vezes, esses adolescentes acabam se
sentido solitários. Os pais, muitas vezes, não acolhem e nem acompanham
seus filhos adequadamente. Então essas necessidades da sociedade
moderna tem contribuído para o aumento do casos de suicídio”, explicou.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) as principais doenças
que podem provocar o suicídio são a depressão, transtornos de ansiedade,
tristeza profunda, decepções, problemas financeiros e familiares,
comportamento na internet e nas redes sociais,
Especialistas de todo o país têm discutido o aumento do número de
casos de suicídio, principalmente, entre jovens e adolescentes. Pesquisa
da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apontou um aumento de
24% dos casos entre os anos de 2005 e 2016 somente no Brasil. No
entanto, esse número pode ser ainda maior, pois muitos casos são
subnotificados.
De acordo com dados da OMS, o Brasil aparece em 8º lugar entre os
países com o maior número de suicídios, estando atrás da Índia, China,
Estados Unidos, Rússia, Japão, Coréia do Sul e Paquistão.
Entre 2006 e 2010, segundo levantamento do Ministério da Saúde, o Rio
Grande do Sul, em taxas relativas (mortes por cem mil habitantes) tem a
maior taxa do país, com 10,2 casos. Em seguida estão os estados de
Roraima, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
O aumento desses casos tem chamado a atenção da Secretaria de Estado
da Saúde (SES), que no último mês de julho, através da Coordenação de
Saúde Mental, promoveu diálogo com os municípios a respeito dos serviços
das Redes de Atenção Psicossocial (RAPS). Na Paraíba, um novo de
sistema de notificação foi implantado e, de acordo com o técnico da
Saúde Mental da SES, Lucílvio Silva, para esclarecer e ajudar melhor
a sociedade sobre os serviços disponíveis no estado.
Setembro Amarelo
O Setembro Amarelo foi criada pelo Centro de Valorização da Vida
(CVV) em 2015, a campanha Setembro Amarelo tem o objetivo de
conscientizar a população e promover a prevenção do suicídio. Com o
apoio do Conselho Federal de Medicina (CFP) e da Associação Brasileira
de Psiquiatria (ABP), o Setembro Amarelo faz alusão ao dia 10 de
setembro, Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
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