Queimada na Amazônia pode ter sido potencializada por ONGs, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta 4ª feira
(21.ago.2019) que as queimadas na Amazônia podem ter sido provocadas por
ONGs (Organizações Não Governamentais) que deixaram de receber verba do
governo federal.
“A questão da Amazônia, no meu entender, pode ter sido potencializada por ONGs, porque eles perderam grana”, disse no Congresso Aço Brasil.
Bolsonaro voltou a falar que o Brasil está “sob nova direção”. Segundo o presidente, ele já havia dito isso a líderes europeus:
“Não
é porque eu sou capitão do Exército que eu defendo a Amazônia. Os caras
chegam para cima da gente com se eu fosse 1 outro presidente qualquer
do Brasil. Eu disse: ‘Mudou. Está sob nova direção’.”
‘INTERFIRO MESMO’
Em discurso de 18 minutos, o presidente disse que “interfere mesmo” nos órgãos do governo. Ele falou especificamente da troca do superintendente da PF (Polícia Federal) no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi. Depois, mencionou a Receita Federal.
Bolsonaro
havia afirmado que o substituto na PF do Rio seria Alexandre Silva
Saraiva, superintendente no Amazonas. A PF, no entanto, divulgou nota no
mesmo dia na qual dizia que o substituto seria Carlos Henrique Oliveira
de Sousa, superintendente em Pernambuco.
“Eu
fui presidente para interferir mesmo. Até a Receita Federal tem
problemas. E queremos resolver esse problema. Como? Trocando gente. O
Estado todo está aparelhado,” falou.
Depois, sobre as críticas que o governo sofre em relação a contingenciamentos de verba na Educação, o presidente afirmou que, “ninguém quer acabar com as universidades”:
“Queremos formar excelentes profissionais, e não excelentes militantes.”
IMPRENSA
Bolsonaro fez uma defesa da MP (Medida Provisória) que desobriga empresas a publicarem balanços em jornais
e possibilita a publicação no site da CVM (Comissão de Valores
Mobiliários). Essa obrigatoriedade garantia verba a veículos de
informação.
“Não sou mais machão do que ninguém. Mas é preciso
ter coragem para assinar uma medida provisória para permitir que os
balanços sejam publicados na CVM. Vocês [empresários] vão
gastar menos com isso, podem botar o produto mais barato aqui. Agora,
temos sinalizações de que a Câmara vai deixar caducar essa Medida
Provisória. Quando isso acontece, imagina quanta gente não se volta
contra mim. Gente poderosa”, disse.
Já perto do fim do
discurso, o presidente voltou a falar da sua relação com a imprensa e
mencionou que agora costuma parar na entrada do Palácio da Alvorada para
responder aos jornalistas. De acordo com ele próprio, é o presidente
que mais fala.
“Todo dia dou coletiva […] Falo de vez em quando umas coisas esquisitas? Sim! […] Acontece […] Mas eu falo de coração. Não quero transparecer o que não sou.”
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