Comissão de Relações Exteriores aprova acordo de Alcântara
A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional aprovou o acordo (MSC 208/2019)
assinado entre o Brasil e os Estados Unidos sobre salvaguardas
tecnológicas relativas ao uso do Centro Espacial de Alcântara, no
Maranhão, pelo governo americano.
O acordo, assinado em 18 de março em Washington pelos presidentes dos
Estados Unidos e do Brasil, Donald Trump e Jair Bolsonaro, foi aprovado
por 21 votos favoráveis contra seis contrários.
O acordo contém cláusulas que protegem a tecnologia americana de
lançamento de foguetes e estabelece normas de uso e circulação da base
por técnicos brasileiros. De acordo com o relator, deputado Hildo Rocha (MDB-MA), o acordo beneficia o Brasil e o Maranhão.
“Este acordo vai permitir que a base se viabilize e não fere a
soberania nacional. Pelo contrário: permite soberania na área de
tecnologia espacial”, disse.
O texto contou com votos favoráveis de deputados de partidos da
oposição como PSB, PDT e PCdoB – ao qual pertence o governador do
Maranhão (MA), Flávio Dino. Os deputados do PT, porém, votaram contra.
Para o líder do partido na comissão, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP),
o acordo fere a soberania nacional e restringe o uso de Alcântara por
países que não fazem parte do Regime de Controle de Tecnologia de
Mísseis, como a China.
“Não podemos concordar ainda com outros dispositivos, como a
proibição de o Brasil poder usar o dinheiro arrecadado com os
lançamentos para desenvolver um veículo lançador”, disse.
O presidente da comissão, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP),
comemorou a aprovação e destacou os votos favoráveis de deputados da
oposição. “Isso prova que o projeto é bom. É bom para o Maranhão, para o
desenvolvimento da região, é bom para os cofres públicos, é bom para a
tecnologia nacional e é bom para os quilombolas que habitam a região.
Ninguém quer privilegiar os Estados Unidos. Eles querem apenas
resguardar seus segredos tecnológicos e não existe qualquer risco para a
soberania nacional. A soberania nacional corre risco se nós
continuarmos na dependência de outros países para lançarmos nossos
satélites”, disse.
O acordo precisa ser aprovado ainda pelos Plenários da Câmara e do Senado.
Indicação
Depois da aprovação do acordo na comissão, Eduardo Bolsonaro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro vai manter a indicação do nome dele para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, medida que precisa ser aprovada pelo Senado depois de oficializada – o que ainda não ocorreu.
Ele negou recuo da parte de Bolsonaro. “Nunca existiu qualquer
possibilidade de recuo da minha indicação. Está mantida e cabe aos
senadores aprovarem ou rejeitá-la”, disse.
Ele rebateu ainda a interpretação de que sua indicação, pelo fato de
ser filho do presidente da República, se enquadrada como nepotismo. “A
súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF) é clara e rejeita a
possibilidade de nepotismo. A sabatina no Senado será um bom momento
para mostrar que estou preparado para o cargo”, disse.
- Reportagem - Lincon Macário
Edição - Antônio Vital
Fonte: 'Agência Câmara Notícias'.
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