Marun garante que Previdência terá 314 votos favoráveis
Após o novo texto da reforma da Previdência ser apresentado
nesta quarta-feira (7), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun,
afirmou que a matéria terá o apoio de 314 deputados no dia da votação, prevista
para este mês. Para aprovação, são necessários, no mínimo, 308 votos
favoráveis.
Marun manifestou também que, além do apoio dentro do
Congresso Nacional, o governo busca a conscientização da sociedade sobre a
necessidade de mudanças nas regras de aposentadoria.
“É natural que as lideranças do País se envolvam também.
Lideranças empresariais, lideranças políticas, lideranças religiosas. Nós temos
conversado com todos eles, motivando-os a participar do processo, buscando
também convencer os senhores e senhoras parlamentares em relação à necessidade
dessa aprovação”, disse um dos articuladores do governo.
A principal mudança sugerida na nova redação do texto é em
torno da inclusão de pensão integral para cônjuges de policiais mortos em
combate. Outros pontos, como as aposentadorias rurais e o Benefício da
Prestação Continuada, pago a idosos e deficientes, não terão as regras
alteradas.
Além disso, o relator da reforma na Câmara, deputado Arthur
Maia (PPS-BA), manteve a redução do tempo de contribuição para trabalhadores do
setor privado que desejam se aposentar com valor parcial – de 25 para 15 anos.
No caso do serviço público, os trabalhadores precisarão contribuir por 25 anos
para ter acesso ao benefício.
Segundo Arthur Maia, essa medida precisa ser adotada para
evitar injustiças com os trabalhares da iniciativa privada. “As estatísticas
mostram que, em regra, quem está no serviço público contribui por mais tempo.
Na iniciativa privada, o trabalhador fica um período desempregado, aí deixa de
contribuir, depois volta a contribuir, depois fica de novo sem contribuir.
Então nós resolvemos fazer essa distinção”, explicou.
Rombo
A Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda
apresentou recentemente os números relativos ao ano passado. De acordo com o
balanço, o déficit previdenciário chegou a R$ 268,79 bilhões, rombo 18% maior
do que o registrado em 2016. O resultado é a soma dos prejuízos do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) e dos Regimes Próprios dos Servidores Públicos
(RPPS) da União.
O economista do Departamento de Assuntos Fiscais e Sociais do
Ministério do Planejamento, Arnaldo Lima, explica por que essa tendência
demonstra a necessidade de reforma no sistema previdenciário.
“Nós temos um déficit previdenciário, ou seja, as despesas
são maiores do que as receitas. Incluímos milhões de pessoas nos últimos 17
anos, aumentamos o valor do benefício de R$ 274 para R$ 1.200 nesse período e a
duração do benefício aumentou em quatro anos. Ou seja, estamos incluindo mais
pessoas, por mais tempo, com um valor maior”, disse o especialista.
Por Marquezan Araújo
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