Urnas poderão ser auditadas uma hora antes das eleições
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro
Luiz Fux, anunciou que as urnas eletrônicas poderão ser auditadas uma hora
antes do início da votação nas Eleições 2018. A novidade permitirá que algumas
instituições e partidos políticos interessados participem dessa “inspeção”, que
tem como objetivo dar ainda mais transparência ao processo de votação.
As urnas que passarão pela auditoria serão definidas por
amostragem e escolhidas aleatoriamente. As regras para essa nova auditoria,
contudo, serão publicadas em resolução do TSE ainda a ser aprovada até o dia 5
de março deste ano pelo Plenário da Corte Eleitoral.
As entidades e instituições que poderão participar são as
mesmas previstas para acompanhar o desenvolvimento dos sistemas eleitorais
durante os seis meses antes do pleito: partidos políticos, coligações, Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério Público, Congresso Nacional, Supremo
Tribunal Federal, Controladoria-Geral da União, Departamento de Polícia
Federal, Sociedade Brasileira de Computação, Conselho Federal de Engenharia e
Agronomia, os departamentos de Tecnologia da Informação de universidades e a
sociedade civil organizada.
Tecnicamente, a auditoria poderá constatar a integridade de
cada programa que está inserido na urna eletrônica por meio da verificação de
seus resumos digitais (hashs). Na prática, a verificação apontará se houve
alteração nos programas. De acordo com o secretário de Tecnologia da Informação
(STI) do TSE, Giuseppe Janino, esse resumo digital é uma espécie de dígito
verificador de cada programa. Por isso, se houver qualquer mudança em seu
conteúdo, o dígito verificador não será o mesmo, significando que o programa
sofreu adulteração.
“No momento da cerimônia de lacração dos sistemas eleitorais,
em que os programas recebem assinaturas digitais e são blindados, nós faremos
esse processo de geração de dígitos verificadores. Em seguida, publicaremos na
internet cada programa com seu respectivo dígito verificador”, esclareceu,
ressaltando que os programas somente serão encaminhados aos TREs após a geração
e publicação dos hashs.
Com a novidade, as entidades participantes poderão acompanhar
e verificar se os hashs dos programas eleitorais estão em perfeito funcionamento
e se não foram alterados. “A própria urna eletrônica já faz isso
automaticamente, pois no momento em que é ligada, calcula cada um desses
dígitos verificadores, que garantem a sua integridade. Dessa forma, se houver
qualquer discrepância de não batimento desses dígitos verificadores, a urna não
funcionará, e isso já é um meio de segurança inserido no próprio processo”,
disse.
Para a auditoria, poderá ser utilizado o software de cálculo
dos dígitos verificadores desenvolvido pela Justiça Eleitoral ou sistema
semelhante criado pelas próprias instituições participantes, desde que atenda
aos requisitos estabelecidos pelo TSE, reforçando o compromisso da Corte
Eleitoral de conferir ainda mais transparência ao processo. Depois de rompidos
os lacres físicos da urna, será preciso introduzir uma mídia e rodar o
programa.
O secretário de TI esclareceu ainda que todo o processo ainda
será definido, mas a ideia é que as urnas submetidas à auditoria sejam lacradas
novamente e prossigam para a votação normalmente.
Fonte: TSE
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