CNS recomenda que governo mantenha vacinação de adolescentes
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendou na noite desta sexta-feira (17) que o governo federal mantenha a aplicação de doses da vacina contra a Covid-19 em todos adolescentes entre 12 e 17 anos. O CNS é uma instância deliberativa e permanente do SUS, ligado ao Ministério da Saúde.
A instituição disse que a vacinação é um direito de todos os brasileiros e que a campanha ainda não atingiu o alcance necessário para o controle da doença no país.
A recomendação da suspensão de imunização dessa faixa etária, restringindo a aplicação das vacinas somente aos adolescentes que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade, foi publicada na última quarta-feira (15).
A decisão ocorre apesar da autorização pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) do uso do imunizante da Pfizer para pessoas desta faixa etária.
Entre as justificativas, o ministério aponta que a maioria dos adolescentes sem doença preexistente não sofre de casos graves da doença, que há somente um imunizante avaliado em ensaios clínicos e que os benefícios da vacinação nessas pessoas ainda não estão claramente definidos.
O ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse nesta sexta que a decisão não foi uma orientação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele também criticou a resistência que tem encontrado nos estados.
“Eu não sei por que tanta polêmica. O Reino Unido, que tem um dos maiores sistemas de saúde do mundo, fez isso e aqui fica com essa cortina de fumaça desnecessária”, afirmou Queiroga.
Entretanto, ao contrário do que disse o ministro, o Reino Unido já voltou a vacinar adolescentes a partir de 12 anos. Na Europa, a vacinação para essa faixa etária está autorizada há quatro meses. A lista de países ainda inclui Japão, Cingapura, Emirados Árabes, Argentina e Canadá e Israel.
Nos Estados Unidos, 20 milhões de adolescentes já foram protegidos com imunizante da Pfizer que, em outubro, vai chegar às crianças a partir de 5 anos.
A maioria das capitais segue imunizando adolescentes entre 12 e 17 anos, ignorando a nova orientação do Ministério da Saúde. Apenas Manaus, Macapá, Natal, Cuiabá e Curitiba pararam de vacinar esse grupo.
Nésio Fernandes, secretário de saúde do Espírito Santo e vice-presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) disse que vai continuar vacinando adolescentes, até para não perder as vacinas que vencem em 30 dias.
Queiroga havia justificado a suspensão após a investigação da morte de uma adolescente em São Paulo, imunizada com a vacina da Pfizer. Mas a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo avaliou que a vacina contra a Covid-19 não foi a causa provável do óbito da jovem. De acordo com as informações da pasta, a adolescente tinha uma doença autoimune rara, o que pode ter provocado a morte.
Os resultados serão encaminhados à Anvisa, que manteve a autorização de uso da vacina Pfizer como a única autorizada no Brasil para aplicação nesta faixa etária.
Fonte: Band
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