PSOL declara apoio a Haddad no segundo turno das eleições presidenciais
O PSOL declarou que irá apoiar o candidato do PT, Fernando Haddad, no segundo turno das eleições presidenciais. A decisão foi tomada pela Executiva Nacional do partido após reunião na segunda-feira (8).
O petista irá disputar o comando do Palácio do Planalto com o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Os eleitores vão novamente às urnas em 28 de outubro.
No primeiro turno, o PSOL tinha candidato próprio, Guilheme Boulos, que conseguiu 617.122 votos e ficou em 10º lugar na disputa presidencial.
O partido ressaltou, em nota divulgada à imprensa, que decidiu pelo apoio à chapa de Haddad e Manuela D’Ávila (PCdoB) na vice, apesar das “diferenças políticas”.
“O PSOL apoiará, a partir de agora, a candidatura de Haddad e Manuela, mesmo mantendo diferenças políticas e preservando nossa independência. Convocamos toda a nossa militância a tomar as ruas para continuar dizendo em alto e bom som: ele não!”, afirmou a legenda em referência à campanha #elenao contrária a Bolsonaro.
Segundo o PSOL, a “tarefa central” neste momento é “derrotar Bolsonaro”. “Sua derrota abre a possibilidade de bloquear a agenda iniciada por Temer, garantir a soberania nacional e reunir condições para seguir defendendo as conquistas democráticas frente ao autoritarismo”, diz a nota.
O partido ressaltou que estará “nas ruas e nas urnas exigindo a revogação de todas as medidas do governo Temer, contra a reforma da previdência, a reforma trabalhista, o fim do genocídio contra a população negra, o fim da violência contra a comunidade LGBT, a desmilitarização da polícia, a legalização das drogas, a demarcação das terras indígenas e quilombolas, o desmatamento zero e na defesa dos direitos das mulheres e todas as suas pautas”.
Nos locais onde houver segundo turno para os governos estaduais, a orientação do partido aos seus militantes é que apoiem nomes “que se oponham publicamente ao projeto de Bolsonaro”.
Semana de definições
Nesta semana, partidos têm reuniões para definir o posicionamento do segundo turno.
O G1 procurou nesta segunda-feira (8) as campanhas dos presidenciáveis derrotados. Sete informaram que vão discutir os apoios nos próximos dias. Um deles era o Novo, que já tomou uma posição. A equipe do candidato Cabo Daciolo (Patriota) não deu resposta.
Guilherme Boulos (PSOL) foi o único que até o momento que já declarou apoio. Estará ao lado de Haddad.
Veja o cronograma:
Rede - A executiva nacional da Rede Sustentabilidade, legenda de Marina Silva, tinha reunião marcada na noite desta segunda-feira para debater a posição oficial, informou a assessoria do partido. Oitava colocada na disputa pela Presidência com 1% dos votos válidos, a ex-senadora afirmou após a confirmação do resultado do primeiro turno que estará na oposição "independentemente de quem seja o vencedor". Indagada se apoiará Bolsonaro ou Haddad no segundo turno, ela afirmou que ainda discutirá o assunto com os correligionários da Rede. O candidato a vice na chapa de Marina, Eduardo Jorge (PV), também disse que o partido ao qual é filiado vai se reunir para avaliar se apoiará algum candidato no segundo turno.
DC - O partido Democracia Cristã (DC), de Eymael, começou a debater eventual apoio nesta segunda-feira. Apesar de Eymael ter obtido somente 41.710 votos (0,04% dos votos válidos) no primeiro turno, ele fez várias reuniões por teleconferência nesta segunda-feira com os dirigentes dos diretórios regionais da legenda, informou a assessoria da sigla. A previsão do partido é de que o DC tome uma posição sobre o segundo turno até esta terça (9).
PSDB - A executiva nacional do PSDB, legenda de Geraldo Alckmin, vai se reunir na tarde desta terça, na sede da sigla em Brasília, para definir a posição dos tucanos. Em São Paulo, o candidato do PSDB ao governo paulista, João Doria, afirmou no domingo mesmo que votará em Bolsonaro.
PDT - O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirmou ao G1 que a sigla de Ciro Gomes discutirá um "apoio crítico" a Haddad na fase decisiva da eleição presidencial. O dirigente também descartou a possibilidade de apoio à candidatura de Bolsonaro. Na noite de domingo, ao ser questionado sobre sua posição no segundo turno, Ciro excluiu a hipótese de estar ao lado do candidato do PSL: "Ele não, sem dúvida". “Estamos começando a conversar [sobre a posição do partido no segundo turno]. O que jamais faremos é apoiar o Bolsonaro. Uma das sugestões em análise é dar um apoio crítico ao Fernando Haddad”, declarou Lupi.
MDB - Comandado pelo senador Romero Jucá, derrotado na tentativa de reeleição ao Senado, o MDB, de Henrique Meirelles, deve se reunir até o final da semana para articular a posição no segundo turno. De acordo com a assessoria da legenda, o assunto será discutido a partir de quarta-feira (10), quando Jucá retornará para Brasília. Ele está em Roraima, onde fez campanha nos últimos meses para tentar manter a cadeira que ocupa há 24 anos no Senado.
Podemos - A assessoria da campanha de Alvaro Dias, do Podemos, informou que ainda não há previsão de quando os dirigentes do partido irão se reunir para discutir quem apoiarão no segundo turno.
PSTU - O PSTU, de Vera Lúcia (55.762 votos no primeiro turno), anunciou que vai discutir até quarta-feira (10) a posição pública da legenda por meio de plenárias em todos os estados para debater com a militância. Segundo a assessoria do partido, o PSTU pode indicar voto e Haddad e se posicionar contra o Bolsonaro, porém, sem apoio político-programático com o PT. A decisão será anunciada na quinta (11).
PPL - O Partido Pátria Livre, legenda de João Goulart Filho, irá se reunir na tarde desta terça, em Brasília, para tratar do segundo turno. O filho do ex-presidente João Goulart foi o último colocado na corrida presidencial, com 30.176 votos, correspondentes a 0,03% dos votos válidos.
Outro partido que tem reunião nesta semana é o PSB. A sigla não teve candidato no primeiro turno. O encontro para definir o posicionamento no segundo está marcado para 14h30 desta terça-feira.
Fonte: G1
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