COLUNA DA MAGNOLIA CALEGÁRIO: DIREITO E LITERATURA
RESENHA CRÍTICA
SENHORA (MACHADO DE
ASSIS)
INTRODUÇÃO
“Senhora”
e a Mulher no Patriarcado
Á época do Patriarcado, a família da elite
colonial não frequentava o ambiente público da cidade, exceto os homens.
Existia a figura da “mulher de alcova”, que representava a mulher que
permanecia sempre dentro de casa, em razão de sua dependência do marido, que se
dava nos âmbitos jurídico, afetivo e moral. A saídas da mulher branca se
limitavam à ida diária a Igreja. Isto mostrava a força do pater famílias à
época do Brasil Colonial. O pouco em que se via a família colonial fora de
casa, era nas festas cívicas e religiosas. Em contraponto, presença de escravos
libertos no espaço publico era grande. (PATRÃO, 2016).
Dessa forma, havia a falta de acesso das mulheres à educação,
a postos de trabalho e aos cargos públicos característica fundamental do sistema
patriarcal. (AGUIAR, 2000).
Ainda sobre as estruturas da sociedade patriarcal, é importante salientar o
papel da religião na sociedade, que
defendia a regulação e legitimação do casamento por interesses de controle
social, e seus reflexos na vida das mulheres, que foram as imbuídas de culpa
pela “perdição” masculina, e que acabou legitimando várias violências contra a mesma
naquela época e até hoje. Da ideia de que as mulheres seria “argilosas” e
culpáveis pela perdição masculina veio a repressão as suas vestimentas, que
eram meticulosamente controladas. (AGUIAR, 2000).
Sobre as transformações operadas nas relações
privadas e públicas durante as mudanças econômicas e sociopolíticas do século
XIX, com a passagem do Brasil colonial para o Brasil imperial, e a conseqüente
“civilização” da sociedade carioca, houveram uma série de ideais europeus a
serem forçosamente introduzidos no Brasil. O crescimento urbano acaba por
diminuir o patriarcalismo agrário. Isso fez com que surgisse no Brasil um sistema peculiar de serviço público, com
uma nítida confusão entre domínio público e domínio privado. Surge-se uma
mentalidade burguesa vinda dos valores europeus aqui implantadas pela
Ilustração. Formas
de exercício da dominação doméstica são transformadas durante o processo de
urbanização. O crescimento urbano suplanta o patriarcalismo agrário, dando
margem ao aparecimento de um sistema peculiar de serviço público, efetuando uma
confusão dos domínios público e privado. casamentos
arranjados, o concubinato, os filhos bastardos, a poligamia e a poliandria,
entre outros. Os valores burgueses são claramente refletidos na atitude das mulheres, que investiram no casamento monogâmico afim
de defender o patrimônio dos filhos. (AGUIAR, 2000)
Embora os papéis familiares
fossem complementares, o conflito era latente pois os casamentos são arranjados
e a satisfação sexual é procurada fora do casamento, o que gera filhos
bastardos, às vezes reconhecidos pelos pais e dotados de herança, as vezes não.
Essa situação era submissamente suportada pelas esposas. Nessa transição cidade
patriarcal/cidade ilustrada, algumas características do sistema patriarcal
foram preservadas, embora, com as separações e maior liberdade sexual para as
mulheres. Desse modo, um duplo padrão moral co-existe, com permissividade para
a polignia e interdições para a poliandria. No que tange as relações envolvendo
o pater famílias, tanto a mulher quanto seus filhos eram castigados, chegando
ao extremo de mulheres serem internadas a força em conventos, sendo que força
alguma as faria de lá sair. (AGUIAR, 2000)
A Belle Epoque e uma
iminente Emancipação Feminina do Patriarcado
A Belle Epoque, por meio dos ideais iluministas a serem
impostos no Rio de Janeiro, trouxe as mulheres alguns benefícios que as mesmas
não gozavam devido a imensa opressão patriarcal à época. A “mulher de alcova”
já não era funcional nesse novo modelo de sociedade que tentava-se implantar. A
medicina higienista, que além de cumprir o papel de erradicar doenças, também
serviu de “desculpa esfarrapada” para muitas atitudes a fim de acelerar o
movimento urbano iluminista no Brasil. Um conjunto dessas atitudes acabou por “libertar” a mulher do lar doméstico. Dessa
forma, enfraquecia-se o poder paterno, tornava a família mais regulada pelo
sentimento de afeto e integrava a família a sociedade:
A
Política Higienista se utilizava do fundamento a insalubridade da casa colonial
e a recomendação de proteger mulheres e crianças dos locais escuros, úmidos e
mau ventilados, contribuindo deveras para o perfil arquitetônico da moradia,
libertando a “mulher de alcova” do seu enclausuramento doméstico. De uma só vez,
a medicina social, além de contribuir para o enfraquecimento do poder do pater
familias, tornando a família cada vez mais comandada pelos sentimentos de
afeto, contribui para integrar a família à cidade, pois o enclausuramento
colonial era agora incompatível com os pressupostos iluministas de interação
familiar com o meio social. (PATRÃO, 2016)
Nesse
mesmo pensamento, as “enclausuradas nas alcovas” tornaram-se “antifuncionais”.,
uma vez que a Corte queria a mulher de salão, a mulher de rua. Isso porque os
grandes negócios e o pequeno comércio exigiam tal perfil de mulher. Era
conveniente que a mulher rica deveria saber receber as visitas do marido, estar
presente à mesa e às convenções. Ao mesmo tempo, a mulher da Ilustração deveria
concentrar-se em sua nova situação social, deixando antigos hábitos e
europeizando seu corpo, vestidos e maneiras. Por fim, a cidade dominava a
família (COSTA, 2014).
DESENVOLVIMENTO
Crítica
Jurídico – Literária À Obra “Senhora”
A crítica ao livro
Senhora, de Machado de Assis, diz mais respeito às estruturas morais que
sobrevivem (fortemente) nos dias de hoje, e que são reproduzidas por nossas
instituições sociais, jurídicas e políticas. Seja por meio do ordenamento
jurídico, que muitas vezes não se adequa à contemporaneidade. Seja pela
consciência coletiva de nossos cidadãos, que reproduzem comportamentos fruto de
heranças – muitas vezes injustas -
históricas. Bem ou mal, o direito é fruto de nossa cultura, e isso faz
com que ele carregue segregações, injustiças, que por motivos políticos e históricos,
muitas vezes ficam velados, até que a necessidade dos grupos diretamente
afetados faça com que venham a tona para que tais motivos serem discutidos e
suas consequências reformuladas.
O direito da mulher, sua posição de
desconforto durante séculos na sociedade, e principalmente, seu silêncio
(durante muito tempo) em relação a isso, talvez seja a principal reflexão
jurídico-política que podemos extrair de Senhora. A descrição e crítica ao casamento
arranjado (tendo como personagens Aurélia e Seixas) para a manutenção das
estruturas de poder, foi talvez o mote para a maior crítica do livro. Senhora
mostra de forma clara uma crítica as heranças patriarcais brasileiras, uma
delas o dote. Apesar de ter havido uma maior “liberdade” em termos de casamento
arranjado com o advento da belle epoque ( o
estímulo a encontros entre o possível casal, afim de que o interesse mútuo e a atração
sexual fossem despertadas), o dote ainda perdurou por muito tempo, sobrevivendo
ao advento da belle epoque carioca. O noivo de Aurélia, que parecia a amar no
início da trama, a trocou por uma moça que lhe ofereceu dote maior, aos moldes
do patriarcado. Isso fez com que a trama de Senhora se desenvolvesse com
Aurélia enganando e “comprando” o noivo tal como objeto fosse – uma forte
crítica de José de Alencar aos hábitos patriarcais. A burguesia tinha dinheiro,
mas precisava de nobreza/títulos nobiliárquicos. Assim o casamento arranjado
continuou, mas com uma faceta mais “liberal”. A partir de então, o casamento apresentou-se
como um instrumento para uma via de mão dupla em termos de manutenção
hierárquica: a aliança entre as famílias, por meio do casamento entre os
filhos, enquadrou-se como uma das possibilidades de “enriquecimento da
aristocracia empobrecida ou do enobrecimento da burguesia endinheirada, visto
que as condições financeiras ou o status aristocrático não asseguravam , por si
só, o casamento mais vantojoso, que não mais dependia da escolha exclusiva do
pai.
Na colônia, a
rusticidade dos costumes e a escassez de famílias ricas que se relacionavam
entre si converteu o casamento num procedimento simples, executado sem maiores
preâmbulos. O patriarca escolhia o parceiro dos filhos nas poucas famílias que
conhecia e comunicava a sua decisão aos interessados que, habitualmente,
aceitavam-na sem relutância. [...] A diferenciação social iniciada no período
joanino complicou sobremodo esta situação. A oferta de bons partidos aumentou e
a disputa por eles ganhou uma complexidade notável [...] A aparência física, as
boas maneiras, o requinte na educação, a sofisticação do gosto, etc,
ingressaram na contabilidade do poder, quase em pé de igualdade com o dinheiro
e os títulos de nobreza. A recepção converteu-se em lugar de exibição das
qualidades dos filhos e de contendas entre famílias que tentavam incorporar a
seus patrimônios a fortuna e os títulos do parceiro visado. (COSTA, 2004)
Portanto,
considerando que a conquista do futuro cônjuge tinha intima relação com os encantos do sedutor, tornou-se clara a
necessidade de outorgar às mulheres juguladas permissividades, quanto a
exteriorização de sua liberdade e particularidade. Consequentemente, há tempos
exploradas pela figura masculina , as mulheres souberam aproveitar a
oportunidade surgida pela necessidade de reconfiguração dos padrões de
sociabilidade, alterando as bases da solidariedade familiar (Costa), por meio
do abrandamento do “absolutismo patriarcal”, de raiz colonial e obstáculo à
perpetuação do convívio intimo e estreitamento dos laços afetivos entre os
membros da família (PATRÃO, 2016)
Um
trecho chave da obra Senhora, de José de Alencar, em que Aurélia se põe à
janela a fim de chamar a atenção de um possível noivo mostra de forma clara a
passagem do Brasil colonial para o Brasil Ilustrado/belle epoque. Um detalhe importante dessa parte do livro é
a parte arquitetural: a janela. O fato do rótulas, alcovas e ante-salas terem
gradativamente desaparecido, o que permitiu com cada vez mais abertura da casa
ao contato com os indivíduos fora do núcleo familiar, nos ditames da
Ilustração/belle epoque, foi resultado da gradativa desconstrução dos costumes
coloniais. A sociabilidade criou um consciência coletiva moral dos indivíduos,
e consequentemente, o controle moral. Achar um noivo rico - o que era
conseguido través de um grande dote, para as moças da época de Aurélia -
significava prestígio social, e a solterice, por sua vez, era mal vista:
Com
o desaparecimento de rótulas, alcovas e ante-salas, com a progressiva abertura
da casa ao contato com os estranhos, com o crescente intercâmbio entre a casa e
a rua, o controle moral sobre os indivíduos tornou-se mais intenso e violento.
Antes, o grupo todo sofria os mesmos rigores do isolamento pela generalizada
proibição de sair e receber e pela disposição arquitetural da residência. O
pai, com o auxílio da religião, fazia pesar sobre todos os membros as mesmas
interdições, [...] Com o advento da higiene a situação modificou-se: a família
não só podia, como devia expor-se ao mundo. Mas sob a mira do controle médico,
que era flexível, versátil, distribuidor de responsabilidades e não apenas
monopolizador de proibições. Antes, mulheres e crianças, partilhavam o mesmo
estatuto de irresponsabilidades. O homem, o pai, concentrava todo o poder de
discernir o certo e o errado, o bom e o mau. Agora, as discriminações começavam
a existir. Cada individuo deveria apresentar responsabilidades proporcionais ao
sexo e a idade. As proibições genéricas foram perdendo sentido. O que era
impedido a um, não o era necessariamente a outro. A avaliação do proibido e do
permitido aumentou em complexidade e sutileza. [...] (PATRÃO, 2016)
(...)
Ela caminhou para as janelas, e com petulância nervosa, suspendeu
impetuosamente
as
duas venezianas, que pareciam um peso excessivo para sua mão fina e mimosa.
A
torrente da luz precipitando-se pela abertura das janelas, encheu o aposento; e
a
moça
adiantou-se até a sacada, para banhar-se nessas cascatas de sol, que lhe
borbotavam
sobre
a régia fronte coroada do diadema de cabelos castanhos e desdobravam-se pelas
formosas
espáduas como uma túnica de ouro.
Embebia-se
de luz. Quem a visse nesse momento assim resplandecente, poderia
acreditar
que sob as pregas do roupão de cambraia estava a ondular voluptuosamente a
ninfa
das chamas, a lasciva salamandra, em que se transformara de chofre a fada
encantada.
(ALENCAR)
Em trecho da obra O Desaparecimento do Dote, de
Nazzari, encontramos uma descrição do processo de desaparecimento da prática do
casamento arranjado e do dote, o que nos ajuda a entender melhor o processo de
europeização pelo qual passava o Brasil oitocentista:
Se
antes era comum que as famílias arranjassem casamentos entre pessoas que nunca
se viram, agora os pais, que, de acordo com os manuais de etiqueta importados
da França, entendiam as necessidades dos filhos melhor do que eles mesmos,
começaram a estimular encontros entre o possível casal, para que o interesse
mútuo e a atração sexual fossem despertados. Nesse pacto matrimonial, a questão
do dote não estava mais em pauta. Se comparado ao período colonial, os
proprietários dotavam suas filhas com menor frequência e com quantidades de bens
cada vez menores, pois “o sustento dos recém-casados passou então a depender
cada vez mais da contribuição do marido, quer em bens, quer por seu emprego,
fortalecendo-se desse modo a sua condição de negociador” (NAZZARI, página 21,
2001)
O paralelo do casamento por
interesse também pode ser feito em Senhora.
Como foi comentado, os romances urbanos eram verdadeiros manuais de
comportamento para a elite, logo neste romance urbano de Alencar podemos
perceber com muito mais intensidade a questão do desaparecimento do dote e do
casamento arranjado. Afinal, a elite foi a primeira a absorver os hábitos da
belle epoque, e consequentemente, a reproduzi-los com mais intensidade. O
trecho de Senhora em que a mãe de
Emília pressionava a mesma a se pôr a janela a fim de chamar a atenção de algum
homem capaz de pedi-la em casamento é a descrição perfeita do trecho
supracitado em que Nazzari diz que os pais passaram gradativamente “(...) a estimular encontros entre o possível casal, para que
o interesse mútuo e a atração sexual fossem despertados” (vide
Capítulo 1, subtópico “Mulheres e o Patriarcado” e Introdução, subtópico “Belle
Époque” ):
.
Os
arranjos domésticos, mais escassos na casa pobre, porém de outro lado mais
difíceis, o cuidado da roupa, a conta das compras diárias, as contas do Emílio
e outros misteres, tomavam-lhe uma parte do dia; a outra ia-se em trabalhos de
costura. Não lhe sobrava tempo para chegar a janela; à exceção de algum domingo
em que a mãe podia arrastar-se até a igreja à hora da missa e de alguma volta à
noite acompanhada pelo irmão, não saía de casa. Esta reclusão afligia a viúva,
que muitas vezes lhe dizia: “Vai para a janela, Aurélia”. “Não gosto” –
respondia a menina. Outras vezes ante a insistência da mãe, buscava uma
desculpa: “Estou acabando este vestido”. Emília calava-se, contrariada. Uma
tarde, porém, manifestou todo o seu pensamento: “Tu és tão bonita, Aurélia, que
muitos moços se te conhecessem haviam de apaixonar-se. Poderias então escolher
algum que te agradasse. (ALENCAR)
Seguindo
a perspectiva do romance urbano, Alencar satiriza o costume patriarcal e
colonial do dote e do casamento arranjado com o clímax da história de Senhora,
em que Aurélia, ao ser trocada por seu noivo por uma moça que lhe ofereceu um
dote maior pelo casamento, anonimamente, oferece ao mesmo noivo um dote ainda
maior, afim de vingar-se dele depois. Ademais, há neste trecho do livro uma
outra crítica, ainda mais específica, ao casamento arranjado; os pares muitas
vezes não se conheciam, ou se conheciam no próprio casório. Aurélia escolheu
esta ultima alternativa (deixar que Seixas a visse somente no dia do casório)
afim de melhor arquitetar sua vingança de humilhá-lo (vide Capítulo 1, subtópico
“Mulheres e o Patriarcado” e Introdução, subtópico “Belle Époque” ):
“Vendido!” – exclamou Seixas ferido
dentro d´alma. “Vendido sim; não tem outro nome. Sou rica, muito rica, sou
milionária; precisava de um marido, trate indispensável às mulheres honestas. O
senhor estava no mercado, comprei-o. Custou-me cem mil cruzeiros, foi barato,
não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este
momento”. Aurélia proferiu estas palavras desdobrando um papel no qual Seixas
reconheceu a obrigação por ele passada ao Lemos. Não se pode exprimir o
sarcasmo que salpicava dos lábios da moça, nem a indignação que vazava dessa
alma profundamente revolta, no olhar implacável com que ela flagelava o
semblante do marido. (ALENCAR)
CONCLUSÃO
Além
do mais, de acordo com os preceitos da europeização, era comum ver como solução
a entrada de um homem na vida da família para a resolução de problemas
financeiros. Na cultura da belle epoque, passaria ao homem o provimento do
sustento do lar, até para incentivar seu espírito de negociador do mesmo. Não é
o que acontece em Senhora, livro
crítico em relação ao patriarcado, em
que Seixas teria seu provimento social e econômico através do dote dado pelo
casamento com uma mulher, o que era legítimo na sociedade patriarcal. Outra
observação pertinente é que a protagonista Aurélia pode ser considerada uma
alegoria para a passagem de uma sociedade aristocrática para uma sociedade
burguesa, uma vez que o elemento dinheiro é o condutor responsável por todas as
reviravoltas na história, e principalmente, o dinheiro concede a quem o tem,
poder. Nesse sentido, mesmo numa sociedade patriarcal, quem mandava no marido
era Aurélia, pois era a mesma que detinha o controle financeiro. Desse modo os
personagens Aurélia e Fernando viviam uma relação de sarcasmo e hipocrisia, tal
qual o meio em que vivam: perante a sociedade eram um casal convencionalmente
patriarcal, mas dentro de casa, no íntimo do lar, quem mandava era Aurélia,
chamada por Fernando de “Senhora”. O livro é cheio de ironias a respeito dessa
convivência “dupla” do casal. Por fim, basta admitir a verossimilhança da obra
Senhora com os tempos atuais. Mesmo depois de tantos anos, as heranças do
Brasil Colônia e seu sistema econômico e social, que endeuzava a figura paterna
havia criado raízes tão profundas que até hoje esbarramos nelas: na falta de
liberdade de nossas mulheres, na violência com nossos filhos, no racismo, entre
tantos outros aspectos negativos. Terras na mão de poucos. Latifundiários
ditando nossa política. A raíz do nosso país é o Colonialismo, com plantation,
escravidão, homens arbitrários e mulheres e crianças caladas e com medo. Como
retirar uma raiz sem derrubar a árvore toda? O pior: a árvore “aceitaria” ser
derrubada? É claro que não. Somos escravos, todos, do nosso passado.
REFERÊNCIAS
ALENCAR, José de. Senhora. 4. Edição. Editora Melhoramentos.
Ano 1999.
AGUIAR,
Neuma. Patriarcado, sociedade e Patrimonialismo. Sociedade e Estado. Vol. 15.
n° 2. Brasília. Junho/Dezembro de 2000. Site: Scielo. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922000000200006.
Acesso: 23/06/2018.
COSTA,
Emília Viotti da. Da monarquia à
república: momentos decisivos. 8. ed. São Paulo: UNESP, 2004.
NAZZARI,
Muriel. O Desaparecimento do Dote. Editora
Companhia das Letras. São Paulo. Ano 2001.
PATRÃO, Benedicto. De Debret a Marc Ferrez. Editora Folha
Seca. Rio de Janeiro. Ano 2016.
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