Votação no Senado de projeto de isenção do diesel está indefinida
A votação do projeto de Lei 8456/17, que acaba com a
desoneração da folha de pagamento para a maioria dos setores hoje beneficiados
não deve ter no Senado a mesma pressa que teve na Câmara. A aprovação da
matéria é importante para tentar encerrar a greve dos caminhoneiros, uma vez
que o substitutivo do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também isenta o óleo
diesel das alíquotas do PIS e da Cofins até 31 de dezembro de 2018.
Além da resistência do presidente do Senado, Eunício Oliveira
(MDB-CE), em votar propostas que vêm da Câmara a toque de caixa, o texto
chegará ao Senado no momento em que quatro medidas provisórias trancam a pauta
da Casa. De acordo com o regimento interno, mesmo se tramitar em regime de
urgência, a matéria só poderá ser discutida e votada no plenário depois que
essas MPs forem apreciadas. Outro problema é o feriado de Corpus Christi na
semana que vem (31), que tradicionalmente deixa a Casa com quórum esvaziado.
Até o fechamento dessa reportagem a Secretaria-Geral da Mesa
do Senado ainda não havia recebido o texto aprovado ontem (23) pelos deputados.
Ontem, em uma votação acelerada, a Câmara dos Deputados
concluiu nessa quarta-feira (23) a apreciação do projeto que acaba com a
desoneração de 28 dos 56 setores da economia atualmente desonerados para
reduzir tributos cobrados sobre o óleo diesel. Segundo o relator, a alíquota
zero na contribuição vai permitir uma queda de cerca de 14% no preço final do
óleo diesel.
Greve dos caminhoneiros
Os caminhoneiros protestam há quatro dias contra os seguidos
aumentos do preço do diesel. O movimento tem fechado algumas estradas, o que já
impacta no abstecimento de combustível em algumas regiões do país. As
principais reivindicações da categoria são a redução de impostos sobre o preço
do óleo diesel, como PIS/Cofins e ICMS e o fim da cobrança de pedágios dos
caminhões que trafegam vazios nas rodovias federais que estão concedidas à
iniciativa privada.
Hoje, o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros
(Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que a mobilização só será encerrada
quando o presidente Michel Temer sancionar e publicar, no Diário Oficial da
União, a decisão de zerar a alíquota do PIS-Cofins incidente sobre o diesel.
Fonte: Agência Brasil
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