A ressaca da Covid 19: Nada para a força propulsora da Politica
Foram duros três meses: Setembro, Outubro, e Novembro, noventa dias, implacáveis aos projetos de morte, ante politico, e de poder. Durante esses meses, quase todas as cidades, mesmo aquelas que estavam em alerta vermelho, em razão da Covid-19, ficaram pálidas, amarelas, quiçá verdes. Com números que só aumentaram/aumentam, com vidas que se esvai a cada minuto, e se esvazia mediante o carnaval das alas politicas, foram os nossos noventa dias mais sombrios.
Como previu os Marxistas, o capital desacraliza tudo. Esse todo, embora possa parecer degenerativo, ou até irracional, basta para senti-lo/vê-lo o simples observar, para percebermos a misquiez, e a falta de humanidade e amorosidade daqueles que propagam suas promessas - irreais, surreais, anormais até - que dizem estarem preocupados com seus municípios e com um futuro que nunca chega.
São demagogos, todos/as, fazem da necessidade sua principal arma, propalam por meio das novas formas escravidão, e fazem disso uma exigência, mediante a necessidade, tomam por assalto a consciência, secando a barriga das pessoas/famílias que não se rendem ao carnaval de morte, que as ruas carregam.
Escravizam pela necessidade básica da existência, força-nos a cometer crimes, suicidam pouco a pouco seres humanos, mas suas consciências - a dos políticos - são limpas, eles vãos nos cultos, nos templos, porque todo bom cidadão é religioso, e a maioria deles são. Alias virou moda no Brasil, os lideres políticos de Brasil, Estados e Municípios, surfam na onda do momento, a politica alinhada com as religiões, assim legitimam seus fazeres, apelam para a sensibilidade do povo, que religiosos o fazem grandes lideres.
Percebe que os grandes lideres políticos, são aqui a penumbra dos lideres religiosos. Nossos noventa dias, foram de medo, ansiedade, e depressão. Medo de não conseguir eleger-se, ou reeleger-se, ansiedade pelo pleito eleitoral, para ver e sentir os resultados, que logo vira página virada, visando 2022. E a depressão, se desenvolve nas relações de trabalho, na necessidade e obrigação de ser cada vez mais eficiente, polivalente, em fim de ser senhor de si, vencedor, bem-sucedido, usando como espelho as redes sociais, e suas ilhas da fantasia.
Reside nessa fantasia, a necessidade de vencer, e para aqueles cuja honra, orgulho e soberba, jamais pode ser desafiadas, ranhadas, ao não vencerem amarram suas chuteiras - do jogo politico - e tiram de campo seus times - partidos - voltando daqui a um ano e meio, para uma vez mais apontar erros que deixam correr soltos, ou até mesmo participam/contribuem.
Depressão é não vencer, é investir em campanhas ao legislativo que cá onde moramos - município com menos de 5 mil habitantes - chega-se a bagatela dos 150 mil reais, e para o executivo 500 mil é conta básica, o ruim é não ter a perspectiva de retorno - para os que perdem - porque se o jogo fosse limpo, não se gastava, e mais, não teria - se eleito - a expectativa de recuperar os montantes absurdos que são investidos. Depressão resta, por que o saldo foi queimado, a crise bate a porta, quiçá arromba/entra/furta/assassina.
Esse sentimento é condição permanente em todos nós: Pessoas. Pois não vemos possibilidades, inventamos, acreditamos, criamos, e as vezes nos frustramos, mas é qualidade humana refazer-se, reinventar-se, adaptar-se.
De todo processo, surgi resultados, a nós pessoas, restam as lotações de hospitais e postos de saúde, em virtude da escolha, e as vezes da obrigação imposta desses noventa dias, que forçam barrigas a irem as ruas, e que lá estando promovem um carnaval diferente, sem máscaras, mas também sem álcool gel, ou minimamente sabão e água. Enquanto uns curte a ressaca da vitória, outros planejam o futuro pós derrota, outros ainda bêbados onde não se tem o mínimo para o higiene, permanecem a margem, abandonados a própria sorte/morte.
Os nossos noventa dias, a bebedice, e a ressaca, claramente nos mostra, não estamos, nunca estivemos no mesmo barco. O empresário com seu bom salário, esteve em casa, ou dentro de seus carros, fechados e higienizados, o trabalhador ou aquele que deseja ser aqui, estava na rua, de bandeira na mão, no sol, percorrendo ruas a pé, correndo o perigo constante, ao se expor a doença/morte. Isso parece irracional e absurdo, mas a barriga é condição primordial a vida, e esses homens e mulheres, trabalhadores, são capazes, e deram prova disso, de morrerem pela causa, a vida dos que amam.
Não estavam lá para aparecer, e sim por obrigação, necessidade e imposição. Para esses trabalhadores vale dizer. ''dão a vida pelos outros'', para os barões vale dizer ''dão a vida por nós'', por que o corpo que trabalha os mantém ricos, associados ao poder, patrocinadores da miséria, propagadores e disseminadores do atraso.
A ressaca atinge o povo, pois os super-heróis políticos se foram, e já voltamos a congestionar a rede de saúde, e sem o SUS, que por muitos foi condenado, estaríamos perdidos de vez, ainda em tempo, obrigado á todos/as os/as profissionais de saúde.

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