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Comitê da Câmara dos EUA pede que família Bolsonaro fique "de fora" da eleição americana


O Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes Estados Unidos pediu na noite desta segunda-feira (27/07) que o presidente Jair Bolsonaro e sua família fiquem "de fora das eleições americanas".

"Nós já vimos esse filme antes. É vergonhoso e inaceitável. A família Bolsonaro precisa ficar de fora da eleição dos Estados Unidos", escreveu  o presidente do Comitê, o senador democrata Eliot Engel, na conta oficial do órgão no Twitter.

A mensagem se refere a uma publicação feita por Eduardo Bolsonaro nesta segunda-feira. O deputado federal, filho de Bolsonaro, postou em sua conta no Twitter um vídeo acompanhado do slogan "Trump 2020".

No vídeo de cerca de dois minutos, é possível ver cenas dos ex-presidentes democratas Bill Clinton e Barack Obama e da candidata democrata derrotada nas últimas eleições, Hillary Clinton. Entre as imagens, é exibida a seguinte mensagem em inglês: "Primeiro eles te ignoram. Depois, riem de você. Depois te chamam de racista."

Em seguida, entre cenas de Trump em comícios e eventos públicos, incluindo uma do encontro do presidente americano com Jair Bolsonaro, uma nova mensagem: "Donald J.Trump. Seu voto mostrou que eles todos estavam errados". O vídeo se encerra com a mensagem: "Trump, a grande vitória 2020."

Trump buscará a reeleição à Casa Branca em novembro, tendo como principal adversário o democrata Joe Biden, ex-vice presidente durante a gestão Obama e que aparece como favorito nas pesquisas de intenção de voto.

Embora não seja comum presidentes apoiarem candidatos de outros países, a fim de manter as boas relações diplomáticas independentemente de partidos, Bolsonaro não tem seguido a cartilha. Em transmissão ao vivo pela internet em meados de julho, o presidente brasileiro voltou a dizer que torce por Trump, mas que tentará manter uma boa relação com Biden, caso o democrata vença as eleições.

Em junho de 2019, em viagem ao Japão, Bolsonaro também comentou o apoio à reeleição de Trump. Na viagem, o presidente esteve acompanhado do filho Eduardo, que na ocasião disse que "Trump e Bolsonaro mais parecem velhos amigos que se gostam de graça, o que abre espaço para um diálogo franco e cordial."

Bolsonaro também se posicionou a favor de Maurício Macri nas eleições da Argentina, no ano passado. Após a derrota de Macri, o brasileiro disse que não iria cumprimentar o presidente argentino eleito, o peronista Alberto Fernández. "Eu lamento. Não tenho bola de cristal, mas acho que os argentinos escolheram mal", disse Bolsonaro na época. 

Eduardo Bolsonaro chegou a ser cogitado pelo pai para assumir a Embaixada do Brasil em Washington no ano passado. Porém, a resistência entre os senadores, que deveriam aprová-lo,fez com que a ideia fosse abandonada. 

Antes da posse do pai, Eduardo foi aos Estados Unidos para se encontrar com lideranças republicanas e com o ex-estrategista de Trump Steve Bannon, quando vestiu boné em apoio à reeleição do atual presidente americano. Em março de 2019, Eduardo acompanhou o pai na primeira viagem oficial a Washington. Meses depois, em agosto, voltou a viajar para os Estados Unidos. O objetivo, segundo ele, era agradecer o apoio da Casa Branca ao governo brasileiro, que vinha sendo criticado internacionalmente pelo aumento dos incêndios na Amazônia.



Fonte: DW

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