“Vamos seguir resistindo”: o recado dos povos da floresta
“Vamos seguir resistindo”. Essa é a principal mensagem que a campanha #PovosDaFloresta pretende passar. Por meio de um vídeo veiculado na internet, TV e cinemas, 25 lideranças indígenas,
quilombolas e ribeirinhas tentam chamar atenção para a luta pela
proteção ambiental e em defesa dos direitos dessas comunidades. A
iniciativa é do Instituto Socioambiental (ISA), que completa 25 anos
neste ano.
No
vídeo, dirigido por Daniel Klajmic da Prodigo Films, com criação da
agência J. Walter Thompson, estão no alvo os garimpeiros, grileiros e
demais invasores de terra. “Se a floresta, ou a natureza de maneira
geral, é nosso passaporte enquanto país para algum futuro, os povos que
vivem nela são seus verdadeiros guardiões”, diz André Villas-Bôas,
secretário-executivo do ISA. “Temos que valorizar a enorme contribuição
dessas comunidades para o equilíbrio ecológico do planeta”.
A campanha, que começou a ser veiculada nesta terça-feira, é
lançada em um dos momentos mais tensos para as Organizações Não
Governamentais no Brasil. Em um vídeo na última semana, o presidente Jair Bolsonaro
reiterou, mais uma vez, sua ofensiva a essas organizações. Ao lado de
lideranças indígenas, o presidente afirmou que “todas as ONGs, todos os
que trabalham contra vocês, são nossos inimigos”. Bolsonaro defendia o
uso de terras indígenas para o agronegócio e a mineração. “O garimpo é
uma atividade legal também. Onde não é legal, se legaliza”, afirmou o
presidente.
Desde as eleições, Bolsonaro vem atacando ONGs e órgãos
fiscalizadores. Um de seus primeiros feitos como presidente, ainda no
dia 3 de janeiro, foi assinar uma Medida Provisória
que incluía nas atribuições da Secretaria de Governo o monitoramento e
coordenação de ONGs e organismos internacionais. Comandada pelo general
Carlos Alberto Santos Cruz, a Secretaria de Governo deve, de acordo com
o texto, "supervisionar, coordenar, monitorar e acompanhar as
atividades e as ações dos organismos internacionais e das organizações
não governamentais no território nacional".
Fonte: El País
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