Diretórios do PT defendem candidatura própria na Paraíba
As executivas municipais do PT em João Pessoa, Bayeux,
Cabedelo, Santa Rita e Campina Grande emitiram nota na noite deste sábado (28)
em que defendem candidatura própria ao Governo do Estado nas Eleições de 2018.
Os diretórios retiram o apoio a pré-candidatura do
ex-secretário João Azevêdo (PSB), atacam o PSB por lançar como candidato a
presidente o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa e por compor chapa com partidos
que apoiaram o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ou
apoiaram o atual presidente Michel Temer (MDB).
Em nota, os diretórios defendem que a sigla converse com
outras legendas de esquerda e facilitem o palanque ao ex-presidente Lula (PT),
pré-candidato a Presidência da República mesmo preso em Curitiba.
A sugestão será levada para uma reunião da executiva
estadual, marcada para acontecer no dia 26 de maio.
Confira a nota na íntegra:
No próximo dia 26 de maio, o Encontro de Tática Eleitoral
definirá os rumos do Partido dos Trabalhadores nas eleições de 2018 na Paraíba.
Nesse sentido o PT/PB afirma, em resolução política recentemente aprovada, que
nossa prioridade absoluta é a eleição do companheiro Lula e reitera a estrita
observância a uma das principais deliberações do VI Congresso Nacional do PT:
não apoiará e nem participará de chapas com partidos ou lideranças políticas
que apoiaram o golpe.
Embora o PSB tenha fechado questão e votado em bloco pelo
impeachment sem crime da presidenta Dilma – sendo, portanto, cúmplice decisivo
do golpe – a resolução política aponta para a possibilidade de diálogo com João
Azevedo, evocando o apoio e solidariedade do governador Ricardo Coutinho à
companheira Dilma e ao companheiro Lula nos momentos mais difíceis.
Nós reconhecemos e agradecemos ao governador por sua postura
firme e corajosa no enfrentamento ao golpe, mas o PT/PB não pode definir os
seus rumos políticos tendo como norte apenas a retribuição a um posicionamento
que, a rigor, era o esperado, pois diante dos processos flagrantemente ilegais,
ilegítimos, injustos e inconstitucionais que levaram à deposição da companheira
Dilma e à prisão do companheiro de Lula, cabia (e ainda cabe) às lideranças do
campo progressista, a solidariedade e a resistência. Para o militante de
esquerda, estar ao lado da Democracia, da Constituição e da Justiça na
conjuntura de um golpe de Estado não é um favor a ser retribuído, mas um dever
a ser cumprido.
Ademais, o PSB vem definindo opções eleitorais que colidem
frontalmente com os interesses da esquerda, do PT e do campo progressista. Em
nível nacional, a legenda está prestes a lançar a candidatura de Joaquim
Barbosa à Presidência da República, um homem sem propostas para o Brasil, o
candidato dos sonhos da direita. Um ex-ministro que, na Suprema Corte, se portou
como um reles justiceiro sob o comando da mídia corporativa, com o único
objetivo de criminalizar o PT. Foi ele o primeiro a rasgar a Constituição,
dando início ao golpe por meio de esdrúxulo uso da “teoria do domínio do fato”
– aliás, rejeitado pelo próprio autor – para levar à prisão, mesmo sem provas,
dirigentes e militantes históricos do PT, como José Dirceu e José Genoíno. Na
Paraíba, desenha-se uma chapa majoritária capitaneada pelo PSB com lideranças e
partidos conservadores que apoiaram (e ainda apoiam) o golpe.
Ora, o povo brasileiro já entendeu a lógica do golpe e tem
consciência da perseguição midiático-judicial ao PT e ao companheiro Lula,
sentimentos que se objetivam na sua liderança em todas as pesquisas eleitorais
à Presidência da República, no crescimento da aprovação do partido nas
pesquisas de opinião e num expressivo processo de novas filiações, acelerado
desde a prisão arbitrária e injusta do maior líder popular da história deste
país, encarcerado numa solitária há 21 dias e, sadicamente, mantido
incomunicável até hoje. Dia a dia, a indignação popular contra a prisão
política de Lula se amplia e o PT cresce na confiança do povo, enquanto a
militância conclama o partido ao protagonismo.
Assim, avaliamos que o PT/PB deve dialogar com os partidos de
esquerda e construir uma candidatura própria ao governo do Estado, de maneira a
atender à convocação da militância e oferecer uma alternativa eleitoral aos
amplos setores da sociedade paraibana que, crescentemente, se sensibilizam e se
mobilizam na resistência ao golpe e em defesa de Lula livre.
Só a candidatura própria do PT ao governo do Estado realmente
garantirá um palanque ao companheiro Lula na Paraíba.
Paraíba, 28 de abril de 2018.
Márcio Caniello
Presidente do PT de Campina Grande
Luzenira Linhares
Presidenta do PT de João Pessoa
Alexandro Batista
Presidente do PT de Cabedelo
Severino Leôncio do Nascimento Sobrinho (Biló)
Presidente do PT de Santa Rita
José de Arimatéia Souto de Oliveira – Presidente PT de Bayeux
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