Milhares marcham em Barcelona por independência da Catalunha
Manifestação tenta pressionar partidos independentistas para
que cheguem a acordo para constituir governo e retomem processo de separação da
Espanha. Região vive impasse desde eleição de dezembro.
Cerca de 45 mil pessoas, segundo cálculos da polícia local,
participaram neste domingo (11/03), em Barcelona, de uma manifestação pela
independência da Catalunha organizada pela associação independentista
Assembleia Nacional Catalã (ANC).
O objetivo da mobilização, que teve o lema "República,
agora", era pressionar os partidos independentistas para que consigam
chegar a um acordo que permita constituir um governo catalão que avance para a
independência da região.
Os manifestantes levavam bandeiras da Catalunha e usavam
cachecóis amarelos para reivindicar a libertação dos dirigentes separatistas
que estão detidos após o referendo sobre a independência da Catalunha,
realizado em 1º de outubro de 2017.
Naquele dia, o governo regional catalão – então liderado por
Carles Puigdemont – e os partidos no Parlamento regional que o apoiavam
declararam unilateralmente a independência da região. Na sequência, o governo
central em Madri suspendeu a autonomia da Catalunha, dissolveu o Parlamento,
afastou o governo regional (Generalitat), assumiu a gestão interina da região e
convocou eleições regionais antecipadas para 21 de dezembro.
"Presos políticos, liberdade" e "Nem um passo
atrás" foram algumas das palavras de ordem ouvidas neste domingo em
Barcelona, assim como frases a favor da união das forças independentistas.
Essa união está estagnada devido às divergências entre a ANC,
o partido Junts Per Catalunya – cuja figura mais representativa é Puigdemont,
que está em Bruxelas – e o partido Esquerda Republicana, que tem um de seus
líderes, Oriol Junqueras, detido.
O impasse em torno da posse do presidente da Generalitat
permanece, pois, após Puigdemont se negar a viajar para a Espanha (onde tem uma
ordem de prisão decretada), foi proposto como candidato o líder da ANC, Jordi
Sánchez, deputado regional que cumpre prisão preventiva, acusado de
insurreição. A Justiça não o libera para a posse. Diante disso, o governo
central em Madri continua a fazer a gestão interina da Catalunha.
Fonte: DW Brasil
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