Temer diz que Brasil disciplinará entrada de venezuelanos em Roraima
O governo brasileiro deverá editar ainda nesta
semana uma medida provisória para tentar solucionar a entrada em massa de
venezuelanos no país, pelo Estado de Roraima, em um conjunto de ações que será
coordenado pelas Forças Armadas e que inclui uma maior disciplina sobre a
chegada dos habitantes da nação vizinha.
Ao lado de ministros e líderes políticos de Roraima, durante
encontro em Boa Vista (RR), o presidente Michel Temer destacou nesta
segunda-feira que “não faltarão recursos” para tratar dessa questão.
“Quero editar muito proximamente, talvez na quarta ou no mais
tardar na quinta-feira, uma medida provisória que tratará desse assunto”,
comentou Temer.
“Vejo que esse afluxo intenso de venezuelanos cria problemas
para o Estado de Roraima, mas certa e seguramente criará para outros Estados se
não tomarmos algumas medidas e providências”, acrescentou o presidente.
Em seu discurso, Temer frisou que o Brasil não se fechará,
mas que quer “disciplinar” a entrada de venezuelanos.
Devido a uma forte crise econômica, muitos venezuelanos estão
deixando o país comandado por Nicolás Maduro e indo para nações vizinhas em
busca de melhores condições de vida. Roraima, no Norte do país, faz fronteira
com a Venezuela.
As declarações do presidente ocorrem após a Colômbia também
aumentar controles fronteiriços com a Venezuela e dizer que irá prestar
assistência para centenas de milhares de venezuelanos que fogem da crise
econômica.
A MP serviria para definir um estado de emergência social, de
modo a dar sustentação jurídica ao assunto, segundo o governo.
Ainda em sua fala, Temer disse que o governo está trabalhando
para integrar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de energia elétrica
e que também está atento à questão das demarcações de terras indígenas.
Roraima, que é abastecida em grande parte com energia
elétrica da Venezuela, sofreu apagões no último ano devido a problemas de
manutenção na linha de transmissão entre os dois países.
FORÇAS ARMADAS
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, que também participou do
evento em Roraima, afirmou que todas as ações para tratar da entrada de
venezuelanos no Estado ficarão a cargo das Forças Armadas.
“Se o problema é fisicamente localizado em Roraima, ele é um
problema nacional... A coordenação de todas as ações, de todos os organismos do
governo federal... ficará ao nosso cargo”, comentou.
Segundo ele, entre as ações estão reforço do efetivo,
duplicação de postos de controle, abertura de hospital de campanha em Pacaraima
(RR) e ampliação da vigilância na fronteira.
Por José Roberto Gomes - São Paulo, com informações da Reuters
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