Massa de manobra? Imbecilizados? Uma sociedade completamente consumida pela ideia abjeta de individualismo? Conformismo e ociosidade? São ideias como essas que bem definem a euforia popular nas ruas brasileiras em plena data festiva de carnaval. De um lado temos um governo tirano à frente de nosso país, e doutro lado temos uma massa (não generalizada) de pessoas ocupando cada centímetro quadrado das ruas festejando. Não obstante, o que exatamente estão festejando? E quando a festa se esvair? Parece-me que um torpor voluntário imbeciliza distintos indivíduos, senão a maioria deles. A calamidade se inflama a cada vez que nos esquecemos de que vivemos num país relativamente pobre, em sua maioria, e com riquezas concentradas nas mãos de poucos.
Enquanto o governo, junto com o judiciário e com apoio quase que unânime do congresso, desconstrói pouco a pouco os direitos mais básicos ao trabalhador brasileiro, centenas de milhares de pessoas atreladas à hipocrisia e ao obscurantismo, vivem num esplêndido conto de fadas na perspectiva de que as ações do governo Temer não irão lhes afetarem.
Depois que todo esse projeto macabro que é narrado em primeira pessoa pela tirania que ocupa o poder atual se concretizar definitivamente, as pessoas irão “coincidentemente” sair do torpor e cobrar os seus direitos. Neste momento em que escrevo esse texto, existe mais de 12 milhões de desempregados, pessoas passando fome, educação de base vulnerável, hospitais abandonados, pessoas morrendo, e etc., o grande protagonista de todo esse teatro das trevas são as elites. Que configuram o país, alterando suas leis, aniquilando os nossos direitos, arrancando quase que absolutamente todas as oportunidades. O salário do pobre já é miserável; tanto é que o auxílio moradia que os juízes ganham, é exponencialmente maior que o salário de uma pessoa que trabalha mais de oito horas por dia contando com as horas extras.
O que está acontecendo? Sabe-se que a política é onipresente. Mas convenhamos que há algumas circunstâncias que devemos separar as duas frentes conflitantes e ideológicas do poder – esquerda e direita. Essa constante, isto é, “a crise econômico-política”, é uma crise que afeta a maioria – pobres, e beneficia a minoria: ricos. O fanatismo de uns não pode ser a “verdade absoluta” que solucionará todos os problemas do Brasil. Estamos vivendo uma ditadura romanceada pela ação conjunta dos maiores poderes do Brasil. Essa aglomeração de pessoas nas ruas festejando o carnaval é a maior manifestação de idiotice que se pode observar. Pois são essas mesmas pessoas que, conforme já enunciei, ‘irão cobrar direitos nas redes sociais’.
Para interagir com o colunista, basta enviar uma mensagem para o blog – usando o Menu Contato – ou mandar um e-mail para helveduarte@gmail.com. Por: Cleiton Duarte
Coluna do Cleiton Duarte: Os protagonistas da agonia
Reviewed by Gazeta da Paraiba
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fevereiro 13, 2018
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