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Provisões extras devem ser suficientes para atravessar próximos meses, diz Rial


O volume de provisões extraordinárias feito pelo Santander Brasil deve ser mais que suficiente para atravessar os últimos cinco meses do ano, afirmou o presidente do banco, Sérgio Rial.

De acordo com o executivo, há uma tendência de deterioração da inadimplência no terceiro trimestre, atingindo um pico nos últimos meses deste ano, com melhora daí em diante. No entanto, os dados de julho ainda não mostram aumento dos calotes.

Rial destacou, no entanto, que a economia começa a dar sinais de uma recuperação em “V”, em parte explicada pelo efeito “amortecedor” que o auxílio emergencial teve sobre a atividade. Esse fator, segundo ele, faz com que o provisionamento anunciado pelo banco seja conservador. “Nosso modelo prospectivo ignora o coronavoucher e ignora que o PIB talvez caia menos”, afirmou, em entrevista a jornalistas.

No cálculo das provisões, o Santander adotou um modelo no qual 55% dos clientes deixam de pagar, o que também é muito conservador, de acordo com o executivo. “Quisemos fazer a PDD agora e não no primeiro trimestre porque a previsibilidade é muito melhor”, afirmou Rial. A sigla

O presidente do Santander lembrou que o banco já havia aumentado as reservas contra calotes no fim do ano passado, prevendo, por outras razões, um aumento da inadimplência de pessoas físicas. De acordo com ele, esse olhar também levou a instituição a reduzir a exposição em linhas de maior risco, como cartões, cheque especial e crédito pessoal, e a priorizar o crédito com garantia.

Como resultado disso, afirmou Rial, o custo de crédito do banco em termos recorrentes melhorou, e estava em 3,1% no segundo trimestre.

O vice-presidente financeiro banco, Angel Santodomingo, reforçou que os R$ 3,2 bilhões em provisões extraordinárias no segundo trimestre “ajudam a navegar pelos próximos trimestres”. Segundo ele, não expectativa de que sejam necessárias novas provisões.

Ele ressaltou que, dos clientes para os quais foi oferecida prorrogação no pagamento das parcelas por 90 dias, 83% só quiseram 60 dias. Além disso, mais de 50% do portfólio tem garantias. “Acho que estamos fazendo claramente um provisionamento mais do que confortável”. O executivo apontou ainda que o custo de crédito foi de 6% no segundo trimestre, mas seria de 3,1% sem a PDD extra.

Segundo Santodomingo, o Santander está crescendo, sim, mas com foco em produtos de menor risco. Ele afirmou que a produção de contratos está 10% acima do patamar pré-covid. O home equity, por exemplo, está crescendo fortemente, com expansão de mais de duas vezes no trimestre. Capitalização e consórcio também são destaques. Já a atividade em cartão de crédito ainda está 15% abaixo dos níveis pré-covid, enquanto o crédito imobiliário está 10% inferior, mas melhorando.

Sobre a evolução da inadimplência, ele afirmou que formação da inadimplência (NPL) está estável e que muito vai depender da recuperação da atividade econômica.

“Se houver uma recuperação em ‘V’, vamos ver a inadimplência subir nos próximos trimestres e melhorar no ano que vem.”



Por: Talita Moreira - Valor Econômico 

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