EUA: Repressão às manifestações contra o racismo gera crise entre os poderes

Nos Estados Unidos, os protestos contra o racismo e a violência policial entraram, neste sábado (25), no segundo mês. Em Portland, no estado do Oregon, a repressão às manifestações transformaram as ruas em um cenário de guerra e deu origem a uma crise entre os poderes.

Nos últimos dias, forças federais de segurança, enviados pela Casa Branca, têm atuado na região, para conter os manifestantes, que foram confrontados com uma nuvem de gás de efeito moral e balas de borracha. Dezenas de pessoas foram presas.

Além do estopim para o conflito nas ruas, a chegada das tropas também provou uma crise política, já que a intervenção federal ocorreu sem o consentimento tanto da governadora do Oregon quanto do prefeito de Portland, que é considerada uma das mais progressistas do país. O presidente Donald Trump, por sua vez, justificou que os agentes foram enviados para "restaurar a ordem" na região.

Na sexta-feira (24), um grupo de manifestantes tentou invadir a sede do tribunal federal em um protesto contra a ação de um juiz, que rejeitou o pedido do governo do estado para proibir a intervenção das tropas federais.

O prefeito de Portland, Ted Wheeler, que foi atingido com gás lacrimogêneo, disparado por agentes federais, na noite da última quarta-feira (22), durante um protesto, classificou o envio de tropas à cidade como "abuso de autoridade".

O confronto entre governadores locais, que são da oposição, e o presidente norte-americano, faz parte da campanha de Donald Trump a reeleição, que se apoia no slogan "lei e ordem".

Desta forma, Trump já anunciou o envio de tropas federais para outras cidades, como Chicago, Detroit, Filadéldia e Nova York, todas administradas por prefeitos democratas.

Fonte: SBT