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Dia das Mulheres Negras

Foto: Augusto Pessoa
Fonte: Revista Continente
Edite José da Silva. Mulher negra brasileira, paraibana, alagoa-grandense. Cidadãs brasileiras, cujos passos e sabedoria ancestrais vêm de longe, atravessaram o Atlântico, enfrentaram tempestades e nos momentos de calmaria traçaram os rumos da vida no Brasil que se inventava; não pra se e os seus, mas se utilizara de suas capacidades criativas e inventivas. 

As mulheres negras desse Brasil, cedo entenderam o que escrevera nas marcas da vida registradas nos seus corpos. Pensaram e aprenderam outras histórias e ensinaram aos seus. Fizeram versos e poesias, mesmo sem saber ler e escrever. São tantas as mulheres negras excluídas, assim como Dona Edite que nos ensinaram e ensinam a ler, escrever, rezar a reza dos Santos de lá, dançar a dança que trouxeram de lá, as ciências que faziam lá. 

Elas trouxeram no corpo, na memória, nas mãos e nos pés, na força das mãos que cultivaram a terra e plantaram sementes de tantos alimentos que alimentam o Brasil. Elas trouxeram ciências e sabedorias que ensinaram e ensinam e assim constroem outros saberes que libertam a gente negra do lado de cá. Hoje o dia é de todas as mulheres negras que lidam com a palavra escrita, falada, cantada, poetizada, rezada, gritada, dançada, politizada, amada, ensinada. Nunca calada e nem apagada, as suas palavras só estavam guardadas.



Por: Waldeci Ferreira Chagas  

O autor: 

Doutor em História pela UFPE - Atualmente professor do Departamento de História da UEPB - CAMPUS III - Guarabira. 

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