Papa denuncia política que culpa imigrantes ‘por todos os males e priva os pobres de esperança’
O papa Francisco denunciou a política que culpa os “imigrantes por todos os males e priva os pobres de esperança” em sua mensagem para a Jornada da Paz que foi divulgada nesta terça-feira (18). A mensagem desta Jornada, que a Igreja celebra a cada 1º de janeiro, tem o título de “A boa política está a serviço da paz”.
Francisco denunciou que “vivemos nestes tempos em um clima de desconfiança que tem suas raízes no medo ao outro ou ao estranho, na ansiedade de perder benefícios pessoais”.
E que isto, “infelizmente, se manifesta também em nível político, através de atitudes de nacionalismo que põe em questão a fraternidade que tanto necessita o nosso mundo globalizado”.
O pontífice lembrou nesta mensagem, à qual fará referência na missa de Ano Novo, que “o terror exercido sobre as pessoas mais vulneráveis” está provocando “o exílio de populações inteiras na busca de uma terra de paz”.
E diante desta situação, “não são aceitáveis os discursos políticos que tendem a culpar os migrantes de todas os males e a privar os pobres da esperança”.
Porque a paz, acrescentou, “se baseia no respeito de cada pessoa, independentemente de sua história, no respeito do direito e do bem comum, da criação que nos foi confiada e da riqueza moral transmitida pelas gerações passadas”.
O papa mencionou de modo particular o drama das crianças “que vivem nas zonas de conflito, e o de todos os que se esforçam para que suas vidas e seus direitos sejam protegidos”, e lamentou que “no mundo, uma de cada seis crianças sofre por causa da violência da guerra e de suas consequências”.
Francisco assegurou que a política “é um meio fundamental para edificar a cidadania e a atividade do homem”, mas que “quando os que a realizam não a vivem como um serviço à comunidade, pode se transformar em um instrumento de opressão, marginalização e inclusive de destruição”.
A função e a responsabilidade política para Francisco é “trabalhar a fim de criar as condições para um futuro digno e justo”.
A boa política, destacou, “está a serviço da paz; respeita e promove os direitos humanos fundamentais, que são igualmente deveres recíprocos, de modo que crie entre as gerações presentes e futuras um vínculo de confiança e gratidão”.
Francisco clamou contra os “vícios” da política, que acabam com “o ideal de uma democracia autêntica” e que são “a vergonha da vida pública e põem em perigo a paz social”.
O papa concluiu que a paz, “com efeito, é fruto de um grande projeto político que se fundamenta na responsabilidade recíproca e na interdependência dos seres humanos, mas é também um desafio que exige ser amparado dia após dia”.
Fonte: Agência EFE
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