STJ confirma bloqueio de bens de Sérgio Cabral e da empresa Michelin
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou o pedido feito
pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) de bloqueio de R$ 1,028 bilhão em bens do
ex-governador Sérgio Cabral e de outras cinco pessoas, além da empresa francesa
Michelin, de fabricação e comercialização de pneus. Na decisão, o ministro
Benedito Gonçalves indeferiu pedido de tutela provisória em que a Michelin
requeria a concessão de efeito suspensivo a seu recurso especial.
Na decisão, o ministro Benedito Gonçalves escreveu que
"não se verifica, em tese, a presença da fumaça do bom direito, requisito
necessário à concessão da medida extrema", diz o documento de oito
páginas. Ao negar o efeito suspensivo, o STJ mantém o teor do acórdão proferido
pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que confirmou decisão da
14ª Vara de Fazenda Pública determinou, em novembro de 2016, o bloqueio dos
bens de Cabral e dos outros réus em ação civil pública ajuizada pelo MPRJ.
Em relação à Micelin, a ação busca o ressarcimento do valor
de ICMS que a empresa deixou de pagar por ter recebido incentivos fiscais. A
decisão de 1º grau também quebrou o sigilo fiscal do ex-secretário de Fazenda
do governo Cabral, Julio Bueno, dos diretores da Agência de Fomento do Rio,
Maurício Chacur e Roberta Simões Maia de Araújo, e dos diretores da Companhia
de Desenvolvimento Industrial do Rio, Maria da Conceição Ribeiro e Pedro Paulo
Rosário.
De acordo com o MPRJ, os benefícios fiscais foram concedidos
à Michelin a partir de 2010. Eles adiavam, sem prazo determinado, o recolhimento
do imposto para a aquisição de maquinário da ampliação da fábrica da empresa em
Itatiaia, região sul do estado. O valor dos bens bloqueados pela Justiça é o
mesmo dos benefícios concedidos para a companhia.
Em nota, a Michelin informou que tem como seus pilares ética
e transparência e "mantém sua posição perante à Justiça do Rio e irá
recorrer da decisão proferida pelo STJ". “Agindo sempre dentro de acordo
com seus valores centenários, a empresa reitera seu respeito à legislação em
vigor e seu empenho em contribuir para o desenvolvimento econômico do estado do
Rio de Janeiro”.
Por: Douglas Corrêa
Fonte: Agência Brasil
Edição: Amanda Cieglinski
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