STF decide nesta terça se torna Aécio Neves réu por corrupção e obstrução de Justiça
O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá decidir nesta
terça-feira (17) se recebe denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o
torna réu por corrupção e obstrução de Justiça.
A decisão caberá aos cinco ministros que compõem a Primeira
Turma da Corte: Marco Aurélio Mello (relator do caso), Luís Roberto Barroso,
Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Rosa Weber.
A sessão está marcada para as 14h, mas não será transmitida
ao vivo pela TV Justiça – as sessões de turmas só podem ser acompanhadas de
dentro do STF.
Se a maioria aceitar a denúncia, Aécio passa a responder ao
processo penal na condição de réu e poderá contestar a acusação com novas
provas. Só ao final da ação poderá ser considerado culpado ou inocente, num
julgamento a ser realizado pelo mesmo colegiado.
Aécio foi acusado em junho do ano passado, em denúncia da
Procuradoria Geral da República, de pedir propina de R$ 2 milhões ao empresário
Joesley Batista, dono da J&F, em troca de favores políticos; e também de
tentar atrapalhar o andamento da Operação Lava Jato.
A defesa diz que o senador foi “vítima de uma situação
forjada, arquitetada por criminosos confessos” e que “inexiste crime ou
ilegalidade na conduta do senador”. Na conversa gravada com Joesley, Aécio diz
que usaria o dinheiro para pagar advogados.
Junto com o parlamentar, são acusados pela PGR a irmã dele,
Andréa Neves da Cunha, o primo Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza
Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrela (MDB-MG), todos por
corrupção. A primeira teria pedido o dinheiro a Joesley e os outros dois teriam
recebido e guardado quatro parcelas de R$ 500 mil em espécie.
Segundo a PGR, o senador também tentou embaraçar as
investigações ao tentar aprovar nova lei contra abuso de autoridade com o
suposto objetivo de punir juízes e procuradores; aprovar anistia a crimes de
caixa 2 – doações não declaradas de campanha; e tentar interferir na escolha de
delegados para conduzir investigações da Lava Jato.
O que diz Aécio
Em entrevista a jornalistas nesta segunda (16), Aécio se
disse vítima de um “enredo armado” pelos delatores da JBS. O parlamentar disse
ainda que não houve uma investigação dos fatos e que, se as acusações tivessem
sido apuradas, as denúncias se desmontariam como um “castelo de cartas”.
“Um enredo pré-determinado por um cidadão que recebeu
benefícios. […] Foi uma construção feita pela defesa do senhor Joesley Batista,
com membros do Ministério Público”, acrescentou o tucano.
Também nesta segunda, a defesa do senador pediu acesso às
provas já produzidas nas investigações.
Fonte: NE1
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