Facebook perde confiança e se desculpa anunciando em jornais
Pesquisas de opinião publicadas no domingo (25) nos Estados
Unidos e na Alemanha indicam que a maioria do público está perdendo a confiança
no Facebook com relação à proteção da privacidade, e a empresa resolveu
publicar anúncios em jornais britânicos e norte-americanos para pedir desculpas
aos usuários.
Menos da metade dos pesquisados nos Estados Unidos confia que
o Facebook obedece às leis de privacidade do país, segundo levantamento da
agência Reuters com o instituto Ipsos. Enquanto isso, uma pesquisa publicada
pelo Bild am Sonntag, o jornal de maior circulação da Alemanha, mostrou que 60%
dos alemães temem que o Facebook e outras redes sociais estejam causando um
impacto negativo na democracia.
Mark Zuckerberg, fundador e presidente-executivo do Facebook,
pediu desculpas por “quebra de confiança” em propagandas publicadas em veículos
como o Observer, na Grã-Bretanha, e The New York Times, Washington Post e Wall
Street Journal, nos EUA.
“Temos a responsabilidade de proteger as suas informações. Se
não conseguimos, não merecemos”, afirma o anúncio, com um texto simples em um
fundo branco com um pequeno logotipo do Facebook. A maior rede de mídia social
do mundo está sob crescentes críticas na Europa e nos Estados Unidos e tenta
reparar sua reputação entre usuários, anunciantes, legisladores e investidores.
Isso se deve às alegações de que a consultoria britânica
Cambridge Analytica obteve indevidamente acesso às informações dos usuários
para construir perfis de eleitores norte-americanos que mais tarde foram usados
para ajudar a eleger o presidente dos EUA, Donald Trump, em 2016.
O senador norte-americano Mark Warner, o principal democrata
no Comitê de Inteligência do Senado, disse em uma entrevista no programa Meet
the Press, da NBC, que “o Facebook não tinha sido totalmente aberto” sobre como
a Cambridge Analytica usou dados dos usuários da rede social.
Warner repetiu pedidos para que Zuckerberg testemunhe
pessoalmente perante os legisladores dos EUA, dizendo que o Facebook e outras
empresas de internet estavam relutantes em enfrentar “o lado sombrio das mídias
sociais” e como elas podem ser manipuladas.
Zuckerberg reconheceu que um aplicativo construído por um
universitário “vazou dados do Facebook de milhões de pessoas em 2014”. “Isso
foi uma quebra de confiança, e eu sinto muito por não termos feito mais na
época”, disse Zuckerberg, reiterando um pedido de desculpas feito pela primeira
vez na semana passada em entrevistas na televisão norte- americana.
As ações do Facebook caíram 14% na semana passada, enquanto a
hashtag #DeleteFacebook ganhou força on-line.
A pesquisa Reuters/Ipsos revelou que 41% dos norte-americanos
acreditam que o Facebook obedece a leis que protegem as informações pessoais
dos usuários, ante 66% que confiam na gigante Amazon e 62% que confiam no
Google.
Fonte: Reuters


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