Preço do gás pode antecipar reajuste do Bolsa Família
O presidente
Michel Temer considera antecipar para março o reajuste do Bolsa Família para
compensar o aumento do preço do botijão de gás no país.
A ideia
inicial era elevar o benefício social apenas em julho, como foi feito no ano
retrasado, mas a alta do gás de cozinha, a maior desde 2002, fez com que o
governo mudasse os planos.
Para este
ano, a expectativa é que o programa de transferência de renda tenha um reajuste
acima da inflação oficial, que fechou o ano passado em 2,07%. No percentual de
aumento, que ainda não foi definido, o Palácio do Planalto considera incluir um
adicional para o botijão de gás, que em dezembro teve alta de 16,39% em relação
ao mesmo mês do ano anterior.
Em
entrevista na manhã desta sexta-feira (9) o presidente afirmou que estuda uma
maneira de compensar o aumento para a população mais pobre. Ele afirmou que um
anúncio será feito nos próximos dias, mas não deu mais detalhes.
Segundo ele,
é necessário fazer algo uma vez que as famílias mais carentes são as mais
afetadas pelo encarecimento do botijão de gás.
VALE-GÁS
No início da
tarde, o emedebista se reuniu com a equipe econômica, no Palácio do Planalto,
para discutir possibilidades. No encontro, duas outras alternativas foram
cogitadas.
A primeira
foi a criação de um novo subsídio, uma espécie de vale-gás, para pessoas
inscritas no Cadastro Único do governo federal, que reúne famílias de baixa
renda. A segunda foi a criação de uma verba direcionada no cartão do Bolsa
Família para a compra de botijão de gás.
O presidente
pediu ao Ministério da Fazenda que aprofunde os estudos técnicos e jurídicos
para saber da viabilidade de ambas.
Antes da
reunião, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a questão do
preço do gás é relevante e que existe uma preocupação muito grande do governo
sobre isso.
A
antecipação do Bolsa Família, nas palavras de um assessor presidencial, seria
mais efetiva e fácil de ser viabilizada no curto prazo.
A redução da
carga tributária sobre o gás de cozinha também chegou a ser avaliada, mas o
presidente a refutou, uma vez que ela não seria direcionada às famílias de
baixa renda, mas a todas as camadas sociais.
Em 2017, o
governo não reajustou o Bolsa Família.
O presidente
queria conceder um aumento de 4,6% como uma maneira de diminuir a sua rejeição,
mas a área econômica avaliou que, em meio à crise financeira, não havia espaço
orçamentário. O impacto do reajuste seria de R$ 800 milhões.
Mais cedo,
em entrevista à Rádio Guaíba, o presidente afirmou que está pensando em uma
solução "para logo". "Eu estou examinando uma fórmula de
compensar esse aumento para os mais pobres, naturalmente, para os mais pobres.
Porque para os mais pobres é que o gás de cozinha sempre tem um efeito muito
grande."
Em resposta
à pergunta sobre para quando seria essa solução, respondeu: "Para
logo".
Temer é um
dos presidentes mais impopulares da história. Na última pesquisa do Data Folha,
sua gestão foi aprovada por apenas 6% do eleitorado.
Fonte: Notícias
ao Minuto
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