Em Boa Vista para discutir crise imigratória, Temer é alvo de protesto
BOA VISTA - O presidente Michel Temer chegou a Boa Vista,
capital de Roraima, nesta segunda-feira, por volta de 13h, no horário de
Brasília, para se reunir com a governadora, Suely Campos (PP), e discutir a
imigração em massa de venezuelanos para o estado. Temer desembarcou na Ala 7,
antiga Base Aérea de Boa Vista, e se dirigiu ao Palácio do Governo, onde
discute com aliados e autoridades locais a crise imigratória.
Aos gritos de "Fora, Temer" e portando cartazes e
bandeiras, um grupo de sindicalistas protesta contra a gestão do peemedebista
em frente ao Palácio. A comitiva da Presidência, formada pelos ministros da
Justiça, Torquato Jardim, e da Defesa, Raul Jungmann, foi vaiada pelos
manifestantes, quando entrou pela frente do prédio. O presidente, no entanto,
acessou o Palácio por uma entrada privativa. O senador Romero Jucá (PMDB-RR)
também participa da reunião.
Segundo o blog da colunista do GLOBO Míriam Leitão, será
criada uma força-tarefa logística de todos os órgãos do governo federal que
possam se envolver na crise da imigração de venezuelanos para Roraima. A
coordenação será das Forças Armadas. O governo vai organizar atendimento médico
e alimentar na fronteira e também o registro provisório de documentos. Ao longo
do dia essas e outras providências serão definidas pela comitiva presidencial.
A Prefeitura de Boa Vista afirma que há cerca de 40 mil
venezuelanos só na capital do estado. No ano passado, foram quase 18 mil
pedidos de refúgio, de acordo a Policia Federal.
A situação na região pode se agravar, já que a Colômbia deu
início, na última sexta-feira, a novos procedimentos de controle migratório na
fronteira com a Venezuela. As medidas adotadas pelo governo colombiano
provocaram um gargalo imediato na região, já que o país recebe, diariamente, 37
mil imigrantes venezuelanos, segundo a agência de notícias espanhola “Efe”.
No fim de janeiro, o governo brasileiro anunciou que também
reforçaria o patrulhamento em áreas fronteiriças e descartou fechar a fronteira.
Na ocasião, o ministro Eliseu Padilha afirmou que o país não iria impedir a
entrada dos venezuelanos.
Por Marcelo Marques
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