Desembargador volta a suspender interrogatório de Lula na Operação Zelotes
O desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Néviton Guedes suspendeu, nesta quinta-feira, 15, os interrogatórios do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu filho, Luis Claudio, marcados
para dia 20 de fevereiro pela 10ª Vara Federal de Brasília, no âmbito da
Operação Zelotes. A decisão atende a pedido da defesa do petista.
O magistrado converteu em definitiva a decisão liminar que já
havia dado em outubro do ano passado. O juiz federal Vallisney de Oliveira
havia marcado o interrogatório do ex-presidente e de seu filho Luis Claudio
para 30/10 e 03/11 de 2017.
Segundo o advogado do ex-presidente, o juiz federal Vallisney
de Oliveira, da 10ª Vara de Brasília "designou audiência para o
interrogatório" do ex-presidente e de Luis Claudio, sem que antes tenham
sido ouvidas todas as testemunhas arroladas pelas respectivas defesas, o que
estaria a implicar nulidade processual, pela suposta ocorrência de inversão
tumultuada da ordem processual e de prejuízo à ampla defesa".
Ao acolher o primeiro pedido da defesa, o desembargador
afirmou que "o interrogatório do acusado tem natureza jurídica
precipuamente de defesa material, não lhe podendo conferir contornos formais
próprios de mera instrução probatória, devendo ser realizado após finalizados
todos os demais atos de instrução do processo, o que inclui a oitiva de
testemunhas, ainda que realizada por meio de carta precatória".
Após a liminar, no dia 14 de dezembro, Vallisney voltou a
marcar interrogatório, desta vez, para dia 20 de fevereiro. Néviton confirmou
nesta quinta-feira, 15, a decisão provisória que proferiu em outubro e voltou a
suspender o interrogatório.
Zelotes
Lula e Luis Claudio são acusados de negociar e receber R$ 2,5
milhões do casal de lobistas Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni, também
denunciados, a pretexto de influenciar a prorrogação, pelo governo, de
incentivos fiscais a montadoras de veículos e a compra dos caças Gripen, da sueca
Saab, por US$ 5,4 bilhões. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo
em série de reportagens publicada em 2015.
Fonte: Agência Estado
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