Defesa de Lula tem até terça para recorrer no processo do triplex no TRF-4
A defesa
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem até as 23h59 de terça-feira
(20) para recorrer contra a decisão em segunda instância que manteve a
condenação do petista e aumentou a pena no caso do triplex no Guarujá (SP). O
prazo começa a contar a partir da 0h de segunda-feira (19), quando os advogados
terão 48 horas para apresentar o recurso.
De acordo
com a movimentação do processo junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF-4), os envolvidos foram considerados notificados automaticamente às 23h59
de sexta-feira (16). Com isso, o prazo conta a partir do próximo dia últil.
Os desembargadores
da 8ª Turma do TRF-4 votaram por elevar para 12 anos e 1 mês de prisão a pena
de Lula pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
No dia 6 de
fevereiro, foi publicada a decisão, chamada de acórdão, do julgamento do
recurso do ex-presidente, ocorrido em 24 de janeiro em Porto Alegre. Como a
decisão foi unânime, a defesa de Lula pode apresentar apenas os chamados
embargos de declaração.
Os advogados
podem verificar se existe alguma dúvida, contradição ou explicação a ser dada
pelos desembargadores sobre a decisão. No entanto, esse recurso não permite
reverter a decisão do tribunal. Esgotadas as possibilidades de recurso no
TRF-4, Lula pode ser preso.
No processo
da Operação Lava Jato, Lula é acusado de receber o imóvel como propina da empresa
OAS em troca de favorecimento em contratos com a Petrobras. O ex-presidente
nega as acusações e afirma ser inocente.
O julgamento
dos embargos de declaração costuma ser rápido, apesar de não ter prazo. No caso
de Lula, será realizado pelos mesmos desembargadores da 8ª Turma: João Pedro
Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Luiz dos Santos Laus.
Instâncias
superiores
A defesa de
Lula poderá ainda recorrer da condenação em mais duas instâncias superiores: o
Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF), ambos em
Brasília.
No STJ,
poderá ser apresentado recurso especial se a defesa apontar algum aspecto da
decisão que configure violação a lei federal, como o Código Penal ou de
Processo Penal. No STF, caberá recurso extraordinário se os advogados apontarem
que a decisão do TRF-4 viola a Constituição.
Caso Lula já
esteja preso nesta fase, a defesa poderá pedir a esses tribunais a soltura para
que ele recorra em liberdade.
No último
dia 30, o TRF-4 já havia divulgado o relatório do caso e a íntegra dos votos
dos desembargadores João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen, da 8ª turma, que
analisou o recurso de Lula. Na terça (6), instantes antes da publicação do
acórdão, foi divulgado o voto do desembargador Victor dos Santos Laus.
Julgamento
em 2ª instância
O julgamento
do recurso do ex-presidente no TRF-4 ocorreu em 24 de janeiro em Porto Alegre.
O ex-presidente havia recorrido à 2ª instância contra a condenação de 9 anos e
6 meses de prisão dada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal de
Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato na 1ª instância.
Por
unanimidade, os três desembargadores da 8ª Turma condenaram Lula e aumentaram a
pena para 12 anos e 1 mês de prisão. O julgamento durour 8 horas e 15 minutos (além
de uma hora de intervalo). Os juízes entenderam que havia provas de que o
triplex em Guarujá foi reformado pela OAS para o ex-presidente e que ele
receberia o imóvel como propina.
Candidatura
de Lula
Na esfera
eleitoral, a situação de Lula só será definida no segundo semestre deste ano,
quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisar o registro de candidatura
do ex-presidente.
O PT tem até
15 de agosto para protocolar a candidatura. O TSE tem até o dia 17 de setembro
para aceitar ou rejeitar a candidatura de Lula.
A Lei da
Ficha Limpa, que impede a candidatura de condenados por tribunal colegiado
(como o TRF-4), prevê também a possibilidade de alguém continuar disputando um
cargo público caso ainda tenha recursos contra a condenação pendentes de
decisão.
Fonte: G1

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