Conselho de Ética da Câmara abre processo de cassação contra quatro deputados
O Conselho
de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara instaurou hoje (27) processos de
cassação contra os deputados Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), Celso Jacob
(PMDB-RJ), João Rodrigues (PSD-SC) e Paulo Maluf (PP-SP). O colegiado também
sorteou 12 parlamentares entre os quais serão escolhidos os relatores que darão
parecer favorável ou não aos quatro processos.
Segundo o
presidente do conselho, Elmar Nascimento (DEM-BA), a escolha do relator de cada
processo será anunciada na próxima semana. O deputado não estabeleceu
cronograma de análise dos processos, mas adiantou que acredita que o resultado
pode sair ainda no primeiro semestre.
De acordo
com o regimento da Câmara, o conselho tem o prazo de 10 dias úteis para emitir
o parecer preliminar e mais 40 dias úteis para conclusão dos processos. Cada
deputado tem direito de defesa no prazo de cinco dias úteis. Os relatores não
podem ser do mesmo partido ou do mesmo estado que os deputados investigados.
Denúncias
O deputado
Celso Jacob (PMDB-RJ) está preso desde junho do ano passado no Complexo
Penitenciário da Papuda, em Brasília. Ele foi condenado em 2006 por
falsificação de documento público e dispensa irregular de licitação quando o
peemedebista era prefeito de Três Rios (RJ).
O deputado
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) é investigado pelo crimes de lavagem de dinheiro e
associação criminosa. Em setembro do ano passado, a Polícia Federal apreendeu
R$ 51 milhões em um apartamento da família do deputado, em Salvador. Para a PF,
a família Vieria Lima usou subterfúgios para receber, transportar e armazenar
os valores.
Ex-governador
de São Paulo e ex-prefeito da capital, Paulo Maluf (PP-SP) está preso desde
dezembro, cumprindo pena de sete anos e nove meses pelo crime de lavagem de
dinheiro. Maluf foi afastado do mandato parlamentar em 19 de fevereiro.
João
Rodrigues (PSD-SC) foi condenado em segunda instância pela Justiça Federal a
cinco anos e três meses por dispensa irregular de licitação, quando ocupou o
cargo de prefeito de Pinhalzinho (SC). O deputado foi preso em São Paulo último
dia 02 de fevereiro.
Tramitação
Como entre
os casos analisados há condenação já transitada em julgado, os processos
poderão ser submetidos à análise da Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania ou à Mesa Diretora para definir um entendimento que preserve a
decisão dos parlamentares diante da Justiça.
“O ideal
para evitar qualquer tipo de ilegalidade e intervenção do Poder Judiciário é
que a gente assegure ampla defesa e contraditório, para que com toda
tranquilidade os membros possam votar aqui com imparcialidade. (…) Se os prazos
regimentais forem cumpridos a gente não vai chegar até essa data [junho]”,
disse o presidente do Conselho.
O Conselho
de Ética tem 21 membros e respectivos suplentes e é o órgão responsável por
instaurar processos disciplinares contra parlamentares que são denunciados por
atos incompatíveis com o decoro parlamentar. O colegiado pode recomendar ou não
punições, como censura oral, suspensão por seis meses ou até a perda definitiva
de mandato. No caso de punições mais severas, o parecer do conselho também deve
ser apreciado em plenário, em votação secreta.
Fonte: EBC
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