Campus III da UEPB inscreve interessados no curso de extensão “O Golpe de 2016 e o futuro da Democracia no Brasil”
Afirmação da autonomia universitária, debate político e
reflexões sobre perspectivas futuras. Esses são os objetivos que impulsionaram
a criação do curso de extensão “O Golpe de 2016 e o futuro da Democracia no
Brasil”. Trata-se de uma iniciativa do Centro de Referências em Direitos
Humanos do Agreste, vinculado ao Campus III da Universidade Estadual da Paraíba
(UEPB), situado em Guarabira, tendo como idealizadores os professores Agassiz
Almeida Filho, José Baptista de Mello Neto e Belarmino Marino Neto, lotados,
respectivamente nos Departamentos de Direito e Geografia do Centro de
Humanidades (CH).
O conteúdo programático será abordado por representantes da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Secção/PB) e professores de diferentes
cursos do CH, além de docentes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do
Centro Brasileiro de Estudos Sociais e Políticos (CEBESP). O curso tem como
público-alvo a comunidade acadêmica e todos os cidadãos que se interessarem
pelo debate em questão.
De acordo com o professor Agassiz Almeida, a proposta
apresenta finalidades concordantes e oportunas para discutir a vigente
conjuntura política brasileira, sendo a primeira delas defender a autonomia
universitária, que, seguindo a argumentação do docente, foi recentemente
exposta pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, ao atacar o professor Luís
Felipe Miguel, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília
(Ipol/UnB), pelo fato de ofertar uma disciplina que tem o mesmo nome do projeto
de extensão em foco.
Para Mendonça, o conteúdo da matéria envolve discussões
político-partidárias. Em nota, informou que o Ministério da Educação (MEC)
acionará a Advocacia-Geral da União (AGU), o Tribunal de Contas da União (TCU),
a Controladoria-Geral da União (CGC) e o Ministério Público Federal (MPF) para
tomarem medidas contra a iniciativa. “Ora, consideramos essa atitude uma
afronta à autonomia das universidades, pois um dos papeis fundamentais que as
instituições de ensino superior exercem é o de discutir os problemas da
sociedade sem partidarismos, e sim em termos de política”, disse Agassiz.
Em relação ao segundo propósito da extensão, assim relata o
docente: “Já chegou o momento de se discutir abertamente, de forma séria,
acadêmica, sem paixões, o que aconteceu em 2016, buscando avaliar se houve ou
não golpe político. Ou seja, se o impeachment contra a ex-presidenta Dilma
Russeff se justificou ou não. Nesse sentido, o título do curso que propomos é
autoexplicativo, e nós, do Centro de Humanidades da UEPB, estamos preparados
para promover essa discussão com toda comunidade acadêmica e a sociedade”.
Estão sendo disponibilizadas 80 vagas. A extensão terá
duração de 40 horas/aula e será aplicada sempre às quartas-feiras, das 7h30 às
10h30, no auditório do CH. O início das aulas está previsto para o dia 4 de
abril. Os interessados podem efetuar a inscrição no Centro Acadêmico de Direito
ou por meio do preenchimento de formulário online.
O Centro de Humanidades mantém sua tradição em defender a
importância do diálogo constante com a sociedade paraibana sobre problemáticas
de cunho sociopolítico e cultural. Além da UnB e da Universidade Estadual da
Paraíba, estão ofertando disciplinas sobre “o golpe de 2016” a Universidade de
Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal do Amazonas.
Por Simone Bezerrill/Ascom-CH
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