Após confirmação de prisão de Lula, Palocci quer falar no TFR-4.
A cúpula do
PT recebeu com estranheza a oferta do ex-ministro petista Antonio Palocci de
prestar novo depoimento aos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4). O que mais chamou a atenção na oferta do ex-ministro foi o fato
dele ter demonstrado a disposição de falar poucos dias após a confirmação da
condenação do ex-presidente Lula pelo próprio TRF-4.
A princípio,
acreditava-se que Palocci usaria o que sabe sobre Lula como trunfo para obter
um acordo de delação premiada. Ao se prontificar a prestar esclarecimentos
sobre os crimes que esteve envolvido justamente agora que Lula teve sua
condenação confirmada na segunda instância a uma pena de mais de 12 anos em
regime fechado, Palocci sinaliza claramente que deve apontar para outro alvo em
busca de benefícios de redução de pena.
Após assumir
que era mesmo o Italiano que constava nas planilhas de propina da Odebrecht e
de confirmar que Lula era o chefe do esquema criminoso, Palocci foi condenado
pelo juiz Sergio Moro, por corrupção e lavagem de dinheiro, no processo em que
os delatores da Odebrecht pagaram, no exterior, US$ 10,2 milhões aos
marqueteiros do PT, João Santana e Mônica Moura.
O sinal de
alerta captado pelo PT faz todo sentido. Soa estranha a voluntariedade do
ex-ministro em prestar novo depoimento aos desembargadores do TRF-4, já que os
membros do colegiado já pediram a prisão de Lula.
Ppreso desde
setembro de 2016< Palocci foi ministro Casa Civil na gestão da ex-presidente
Dilma Rousseff. Em suas contas bancárias, foram bloqueados R$ 814 mil e na
conta de sua empresa de consultoria foram bloqueados outros R$ 30 milhões. O
problema é que Palocci administrou a conta de propina da Odebrecht com o PT
entre 2006 e 2013, período que invade praticamente todo o primeiro mandato de
Dilma. Palocci tratou com os marqueteiros João Santana e Monica Moura sobre
repasses de valore no exterior relativos a campanhas do PT de Lula e Dilma e
confirmou que negociou com Lula, na presença de Dilma e do ex-presidente da
Petrobras Sergio Gabrielli, um esquema de desvios na estatal para pagar pela
campanha da petista.
O receio
agora é o de que, para acelerar o andamento de seu acordo de delação, Palocci
tenha em mente oferecer a cabeça de Dilma em uma bandeja, assim como fez com o
ex-presidente Lula em seu depoimento ao juiz Sérgio Moro.
Outra
possibilidade seria a complementação de outras informações relativas ao ex-presidente
Lula, agora que o petista já foi condenado e caminha para a prisão.
Fonte: Impressa
Viva
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