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Ricardo defende integração das forças de segurança dos estados do Nordeste


Governadores dos nove estados do Nordeste estão reunidos em Teresina nesta terça-feira (6) para discutir uma forma conjunta de lidar com a segurança pública, e tratar dos tipos de financiamentos do governo federal para a área. Durante o encontro, delegados do estado fizeram um protesto diante do local onde os governadores discutem soluções para a segurança pública.

Ao fim da reunião será produzido um documento, a Carta de Teresina, em que os governadores vão delimitar propostas para apresentar ao governo federal. Os governadores debatem o destino para recursos pelo governo federal para a segurança pública do Brasil em 2018.

Os estados do nordeste são os primeiros a se reunirem para discutir o investimento, para tomar ações integradas. A expectativa é que uma metade dos recursos seja usada em investimentos em estrutura e pessoal, e outra na área de inteligência.

Para o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), é necessária a integração das forças de segurança dos estados para combater o crime organizado. "Num país cheio de fronteiras como o Brasil é impossível controlar o nível de violência porque os grupos organizados não respeitam divisas", comentou o governador.

Para ele, além da integração entre as forças de segurança dos estados, é preciso uma participação maior da União no combate ao crime organizado. "O Brasil não produz um grama de cocaína, tudo entra pela fronteira. A guarda de fronteira tinha que ser a União", defendeu Ricardo Coutinho.

O trabalho conjunto é destacado também pelo secretário de segurança do Piauí, o capitão e deputado federal Fábio Abreu, que destacou um programa desenvolvido no Piauí para mapear as ações das organizações criminosas, apresentado no encontro de secretários de segurança. "Todos os estados ontem manifestaram interesse em adquirir esse sistema. Com ele poderíamos ter as informações de criminosos disponíveis para todos os estados do nordeste", relatou Abreu.

Centro de inteligência

No encontro, os governadores pediram a criação de um centro de inteligência da polícia federal no Ceará. Para o governador Camilo Santana, a medida vai auxiliar no combate a grupos criminosos. "Se a gente conseguir a criação desses centros regionais, iremos fortalecer muito a nossa luta contra o crime organizado e ajudaria na construção de políticas mais firmes nos estados e nacionalmente", explicou.

Além da criação do centro, o governador do Ceará afirmou que é importante existir classificação dos criminosos. "Para que um traficante não seja colocado no mesmo nível de alguém que comete um furto, e que não se permita que as organizações criminosas consigam liminares para soltar os seus integrantes. Isso é um absurdo. Precisamos criar um cadastro, com informações ao Judiciário, e evitar que algo assim continue a acontecer", disse.

Camilo Santana apontou que alguns dos problemas enfrentados pelos estados deveriam ser combatidos pelo governo federal. "O tráfico de drogas, o tráfico de armas, a proteção das fronteiras, é tudo responsabilidade federal e não dos estados. Essa questão sempre foi empurrada para os governos estaduais, mas é uma questão nacional e internacional. Precisa ser coordenada pela União", pontuou.

Protesto

Enquanto acontece a reunião dos governadores um grupo de delegados de diversas cidades do Piauí se reuniu do lado de fora do evento para protestar por melhores condições de trabalho da Polícia Civil. Os delegados usaram roupas pretas para simbolizar luto pela situação da corporação.

A delegada Andréa Magalhães, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Piauí (Sindepol), argumentou que a falta de investimento é o problema central da segurança pública do Piauí.

"A situação de maior penúria é a da Polícia Civil do Piauí, tanto que foi objeto de matéria do Fantástico. Temos 50 delegados para 200 cidades", disse a delegada. Segundo ela a situação tem feito os policiais deixarem o Piauí para trabalhar em outros estados. "Mês passado perdemos 3 delegados, que foram trabalhar no estado do Pernambuco", argumentou.












Fonte: G1PB

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